ATA DA CENTÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 24-11-2005.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de novembro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Professor Garcia e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 2733, 2760, 2761, 2767, 2768 e 2769/05 (Processos nos 6718, 6768, 6769, 6782, 6783 e 6784/05, respectivamente); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providência nos 2783, 2784, 2785 e 2786/05 (Processos nos 6810, 6811, 6812 e 6813/05, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providência nº 2780/05 (Processo nº 6806/05) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 314/05 (Processo nº 6833/05); pelo Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos 2777 e 2778/05 (Processos nos 6798 e 6799/05, respectivamente); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providência nos 2770, 2788, 2789 e 2790/05 (Processos nos 6785, 6825, 6826 e 6827/05, respectivamente); pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Pedido de Providência no 2771/05 (Processo no 6787/05); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providência nos 2706, 2772, 2773 e 2774/05 (Processos nos 6599, 6792, 6793 e 6794/05, respectivamente) e o Projeto de Resolução nº 142/05 (Processo nº 6690/05); pela Vereadora Neuza Canabarro, o Projeto de Lei do Legislativo nº 307/05 (Processo nº 6744/05). Do EXPEDIENTE, constou o Comunicado no 188759/05, do Senhor José Henrique Paim Fernandes, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Na ocasião, em face da inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Nonagésima Primeira, Nonagésima Segunda e Nonagésima Terceira Sessões Ordinárias e da Qüinquagésima Quinta, Qüinquagésima Sexta e Qüinquagésima Sétima Sessões Solenes. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Lino Fernandes Pereira, representando a Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano – PACTO, que discorreu a respeito da criação e dos quinze anos de existência dessa Organização Não-Governamental, situada na zona rural do Município de Viamão, ressaltando que ela tem como objetivos principais a prevenção, recuperação e ressocialização de dependentes químicos. Ainda, teceu considerações acerca das dificuldades financeiras enfrentadas pela PACTO e avaliou o perfil dos pacientes que lá se encontram em recuperação. Na ocasião, foi executado o Hino da Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano – PACTO. Ainda, o Senhor Presidente registrou as presenças do Coronel Irani Siqueira, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Sul; do Tenente-Coronel Jesuel Fonseca Serafim, representando o Diretor do Hospital Geral de Porto Alegre; do Major José Nilton Silva Vargas, Comandante da 3ª Região Militar; do Tenente Thiago Benetti Freitas, representando a Companhia do Comando Militar do Sul; do Senhor Vilmar Carlotto, representando o Grupo GBOEX; e do Coronel Joel Ferreira Pedreira, Gerente de Comunicação Social da GBOEX, que se encontram na Casa para acompanhar a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen referiu-se à aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 124/05, que institui o Estatuto da Juventude em Porto Alegre, sugerindo que futuramente seja acrescentado nesse Projeto texto referente à questão da drogadição dos jovens, argumentando que a prevenção é a melhor maneira de combater esse problema e destacando a importância da participação de Organizações Não-Governamentais no combate às drogas. Após, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Carlos Nedel, Dr. Raul, Professor Garcia, Neuza Canabarro, Aldacir Oliboni, Maurício Dziedricki, Luiz Braz e Raul Carrion manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Ainda, o Senhor Presidente registrou a presença do Presença do Pastor Quirino, representando a Fazenda Cidade do Refúgio. Às quatorze horas e quarenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em seguida, o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores João Motta; Diretor-Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição – GHC; Jaí Antonio Estrapazon, Presidente da Associação Sapucaiense de Apoio aos Doadores de Sangue; e da Senhora Jane Maciel César, representando o Hemocentro do Rio Grande do Sul, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e informando que Suas Senhorias se encontram na Casa para assinalar o transcurso do Dia Municipal da Doação de Sangue. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças das Senhoras Aumeri Marlene Balsan, Coordenadora do Banco de Sangue do GHC, e Angelise Maria Martins, Assessora da Gerência de Serviços e Diagnósticos do GHC. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Vereadora Margarete Moraes, que saudou os visitantes, abordando o Projeto de Lei do Legislativo nº 009/04, de sua autoria, que dispõe sobre a inclusão do Dia Municipal da Doação de Sangue no Calendário Oficial de Eventos de Porto Alegre, enaltecendo a importância dessa iniciativa. Também, elogiou o atendimento e funcionamento do Sistema Único de Saúde – SUS, citando a contribuição do Hemocentro do Estado do Rio Grande do Sul na melhoria da qualidade da saúde pública. Em prosseguimento o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Jaí Antonio Estrapazon e João Motta, que destacaram a importância do transcurso do Dia Municipal da Doação de Sangue. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Lorita Oliveira, representando o Banco de Sangue do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, convidando-a a integrar a Mesa dos trabalhos. Após, o Senhor João Motta procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de camiseta referente ao Dia Municipal da Doação de Sangue. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal parabenizou a iniciativa desta Casa em assinalar o transcurso do Dia Municipal da Doação de Sangue, destacando a relevância dessa campanha e a repercussão que ela teve em todo o País. Ainda, analisou a conotação espiritual do ato de doar sangue em relação à simbologia cristã da renovação da vida, alegando a necessidade de que as pessoas se conscientizem que a doação de sangue deve ser feita sempre. Às quinze horas e vinte e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e dois minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Paulo Odone, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Nilo Santos, após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a prestação do compromisso legal e indicação do Nome Parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Na oportunidade, por solicitação do Vereador José Ismael Heinen, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Jonimar Ricardo Oro de Oliveira, Terceiro-Sargento da Brigada Militar, falecido no dia quinze de novembro do corrente. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Maristela Maffei reportou-se à instalação, no Bairro Lomba do Pinheiro, do Conselho Gestor daquela região, discursando sobre a diminuição de vagas para alunos nas escolas municipais. Nesse sentido, teceu considerações sobre a significância do ato de ensinar e sobre falhas no sistema de ensino atual, que podem comprometer o desenvolvimento dos jovens para o futuro. A Vereadora Neuza Canabarro comunicou sua participação nas comemorações do Dia da Consciência Negra, no Município de União de Palmares, em Alagoas, discursando a respeito de estatísticas divulgadas acerca do tratamento dispensado aos afro-brasileiros naquele Estado. Também, mencionou ter conhecido o local onde se situava o Quilombo dos Palmares e analisou dados referentes à renda recebida por trabalhadores brasileiros, de acordo com indicadores como o sexo e a etnia. Em prosseguimento, nos termos do § 8º do artigo 12 do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Nilo Santos, que externou sua satisfação em poder representar a população do Município de Porto Alegre ao assumir a vereança neste Legislativo, agradecendo a confiança depositada em Sua Senhoria pelos eleitores da Cidade. Nesse contexto, lembrou época em que trabalhou na Fundação de Assistência Social e Cidadania – FASC – e enfatizou o apoio recebido pelo Partido Trabalhista Brasileiro durante o último processo eleitoral. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Mario Fraga saudou o Vereador Nilo Santos por assumir a vereança pela primeira vez nesta Casa e comentou a realização de Sessão Solene em homenagem ao Esporte Clube Lajeado, hoje, parabenizando a entidade pelo transcurso dos seus cinqüenta anos. Também, elogiou as Comissões Organizadoras da 21ª Festa do Pêssego de Porto Alegre e 14ª Festa Estadual do Pêssego, realizadas no Centro de Eventos da Vila Nova. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz comentou visita efetuada por Sua Excelência, ontem, ao Centro de Educação Profissional João Calábria, que oferece cursos de habilitação para o mercado de trabalho, direcionados principalmente à comunidade jovem da Zona Norte da Cidade. Igualmente, aprovou solicitação encaminhada por esse Centro ao Governo Municipal, de convênio para destinação de vagas de estágio em órgãos públicos a alunos oriundos da instituição. O Vereador Maurício Dziedricki relatou sua participação, como representante deste Legislativo, no Curso de Geração de Emprego e Renda, promovido pelo Conselho Comunitário do Bairro Cavalhada, nos dias vinte e um e vinte e dois de novembro do corrente. Nesse sentido, citou editorial publicado ontem no Caderno Tendências e Debates do jornal Folha de São Paulo, intituladoPolíticas públicas para jovens já!”, de autoria da Senhora Milú Villela, Presidenta do Instituto Brasil Voluntário. O Vereador Ervino Besson ratificou o pronunciamento de hoje do Vereador Luiz Braz, em Comunicações, relativo ao Centro de Educação Profissional João Calábria. Também, elogiou o trabalho dos organizadores da 21ª Festa do Pêssego de Porto Alegre e da 14ª Festa Estadual do Pêssego, salientando a importância de políticas de incentivo à produção agrícola do Município e convidando os Senhores Vereadores para o jantar de encerramento dessas festividades, programado para o próximo dia vinte e seis. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei informou atividades da campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, a ser iniciada amanhã, em nível mundial. Ainda, protestou contra veto à participação da cantora Daniela Mercury em concerto natalino promovido pelo Vaticano, o qual recebeu como justificativa a militância dessa artista pelo uso de preservativos na prevenção da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Raul discorreu sobre o atendimento de saúde a que tem acesso os porto-alegrenses, defendendo a instalação de um Centro de Planejamento Familiar no Município. Acerca do assunto, frisou que as políticas públicas para essa área não devem possuir um teor assistencialista, defendendo a implantação de programas permanentes e multidisciplinares, que viabilizem real conscientização das responsabilidades inerentes à formação de uma família. A Vereadora Maria Celeste reportou-se a denúncias apresentadas pela imprensa, de irregularidades na Fundação de Assistência Social e Cidadania durante a gestão do Vereador Nilo Santos, em especial quanto à contratação de funcionários para Cargos em Comissão e quanto a aluguéis de imóveis. Também, requereu o comparecimento desse Vereador, para os devidos esclarecimentos sobre o assunto, na reunião programada para o dia vinte e nove deste mês pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion divulgou a “Marcha dos Sem”, programada para amanhã, em todo o País, e a “2ª Conferência Nacional das Cidades”, a iniciar no dia trinta de novembro, em Brasília. Ainda, saudou a anistia política recebida por lideranças do PCdoB, apoiou campanha dos comerciários pela revogação do artigo 6º da Lei Federal nº 10.101/00 e aprovou o editorial publicado no jornal “Portal Vermelho”, na internet, intitulado “Agenda Positiva Já”. A seguir, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente: de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo na solenidade de abertura da exposição artística “Inventando com Hundertwasser”, a ocorrer hoje, às dezessete horas, no Instituto Goethe, em Porto Alegre; de autoria dos Vereadores Dr. Goulart e Claudio Sebenelo, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo em audiência com o Ministro da Saúde, hoje, em Brasília. Também, foi apregoado o Memorando nº 232/05, firmado pelo Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que a Vereadora Maristela Maffei representará externamente este Legislativo no III Seminário Internacional da Primeira Infância, a ocorrer hoje e amanhã, no Salão de Atos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Ainda, foram apregoadas as Emendas nos 04 e 05, de autoria do Vereador Raul Carrion e da Vereadora Manuela d’Ávila, Líder da Bancada do PCdoB, ao Substitutivo nº 02 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 108/03 (Processo nº 2406/03) e o Requerimento nº 259/05 (Processo nº 6866/05), de autoria da Vereadora Neuza Canabarro, subscrito nos termos do artigo 68 do Regimento, solicitando a constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito, com a finalidade de apurar o alto índice de afastamento de servidores municipais por biometria. Após, o Vereador Carlos Todeschini procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de Requerimento solicitando a formação de Comissão Especial para tratar de questões atinentes ao quadro financeiro e gerencial atualmente apresentado pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU. Na ocasião, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Mario Fraga, Carlos Comassetto, Nereu D’Avila e Maria Celeste, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da regimentalidade do Requerimento de constituição de Comissão Especial, apresentado anteriormente pelo Vereador Carlos Todeschini, tendo o Vereador Nereu D’Avila requerido que o assunto recebesse parecer da Procuradoria deste Legislativo. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Mônica Leal protestou contra pichações em monumentos e prédios de Porto Alegre, enfatizando os custos econômicos e culturais para a municipalidade, decorrentes desses atos. Também, abordou debates a esse respeito, realizados na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, onde foram definidas propostas para criação da linha “Disque Pichação”, formação de força-tarefa fiscalizadora e promoção de ações educativas nas instituições de ensino do Município. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 280 e 301/05, o Projeto de Lei do Executivo nº 031/05, discutido pelo Vereador Carlos Todeschini; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 296 e 232/05, este discutido pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de Lei do Executivo nº 030/05; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 116/03, o Projeto de Lei do Legislativo nº 298/05, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/05, discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, João Antonio Dib e pela Vereadora Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz analisou a conjuntura econômica do País, afirmando que a política implantada nessa área pelo Ministro Antonio Palocci Filho é subordinada ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e prejudica o Rio Grande do Sul. Ainda, manifestou-se acerca do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/05, que estabelece a utilização do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA – como indexador da Unidade Financeira Municipal. Na oportunidade, o Vereador Carlos Todeschini formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Luiz Braz, em Comunicação de Líder, tendo o Senhor Presidente informado que posteriormente analisaria o assunto. Ainda, o Vereador Luiz Braz manifestou-se relativamente à presença, na Casa, de delegação da “Alcaldía del Municipio Autónomo” Carlos Arvelo, Estado Carabobo, da Venezuela. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças da Senhora Marisol Castillo de Castellano e dos Senhores Oscar Ochoa Castillo, Elias Ballesteros, Tomas de La Rosa, Guillermo Niño, Elba Moreno, Francisco Muñoz e Jose Lorenzo Borges, respectivamente “Alcadesa”, “Director de Administración”, “Director de Infraestructura”, “Director de Catastro”, “Planificador”, “Síndico Procurador” e “Asistentes” da “Alcaldia Del Municipio Autónomo” Carlos Arvelo, Estado Carabobo, da Venezuela, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra ao Vereador Luiz Braz, que, em nome da Casa, saudou os visitantes. Também, foram registradas as presenças dos Senhores Augusto Martinez, Luis Ortega, Jose Guzman, Pedro Perez, Pedro Yanez, Cláudio Suarez e Victor Suarez, respectivamente Presidente do “Consejo Municipal”, Presidente da “Comisión de Desarrollo Económico” e “Consejales”, e dos Senhores Richard Cox e Gerardo Pacheco, respectivamente Assessor e Advogado, do “Consejo Municipal” do “Municipio Valencia”, Estado Carabobo, Venezuela. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Marisol Castillo de Castellano, que se manifestou acerca da sua visita à cidade de Porto Alegre e procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de camiseta, mapas e material publicitário sobre a “Alcaldia Del Municipio Autónomo” Carlos Arvelo. Após, a Vereadora Manuela d’Ávila formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a palavra para manifestação. Em prosseguimento, a Vereadora Manuela d’Ávila pronunciou-se, saudando os visitante da Venezuela, presentes neste Legislativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Todeschini cumprimentou os representantes do Município de Carlos Arvelo, mencionando movimentos populares ocorridos na Venezuela, de apoio às políticas econômicas e sociais do Presidente Hugo Chávez. Igualmente, citou reportagem do Jornal do Brasil, publicada no dia treze do corrente mês, segundo a qual, na presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil apresentou o maior índice de desenvolvimento das últimas décadas. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Marisol Castillo de Castellano, que agradeceu as manifestações dos Senhores Vereadores. Ainda, o Senhor Presidente procedeu à entrega de alfinete de lapela com o Brasão de Porto Alegre à Senhora Marisol Castillo de Castellano. Às dezessete horas e cinqüenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib aludiu à gestão efetuada por Sua Excelência quando Prefeito da Cidade, destacando fórmulas utilizadas para cálculo dos reajustes do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. Nesse sentido, teceu considerações acerca do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/05, lembrando que Porto Alegre é a única capital brasileira que ainda utiliza como indexador o Índice Geral de Preços de Mercado – IGPM. A seguir, o Vereador Carlos Comassetto procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de Requerimento, solicitando a convocação de Audiência Pública na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, para debater o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/05, tendo se manifestado a respeito o Vereador João Antonio Dib. Após, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente os Projetos de Lei do Legislativo nos 145/04, 185, 215 e 246/05, os quais obtiveram seis votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Neuza Canabarro e Professor Garcia, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezoito horas e seis minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Segunda Sessão Extraordinária, a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Nereu D’Avila. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Lino Fernandes Pereira, representando a Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano, a Pacto, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao programa de recuperação ministrado a dependentes químicos, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. LINO FERNANDES PEREIRA: Exmo Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; companheiros meus que se encontram na assistência, esta é a quinta vez que o Programa de Auxílio Comunitário ao Toxicômano de Porto Alegre, com muita honra, comparece a esta Casa. Hoje é a terceira vez que eu aqui venho, as outras duas últimas foram por indicação do Ver. Nedel, do Ver. Adeli Sell e hoje do Ver. Ismael.

A Pacto, a Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano, é uma organização não-governamental que tem por objetivo a prevenção, a recuperação e a ressocialização de dependentes químicos - dependentes ao álcool e a outras drogas -, bem como dar o devido apoio aos seus familiares, que não raras vezes estão mais doentes do que o próprio dependente químico. É muito mais difícil se colocar um programa numa família, na maioria das vezes, que no próprio dependente químico. A Pacto tem essa tríplice missão.

Nós somos voluntários, não percebemos absolutamente nada, e, pasmem as Sras. Vereadoras e os Srs. Vereadores, é um trabalho que deveria ser feito pelos órgãos governamentais, e nós o fazemos de graça, totalmente de graça, não recebemos auxílio de espécie alguma dos Governos. Trabalhamos por amor ao nosso próximo, para tentar tirar da droga esses rapazes, a maioria numa faixa etária de trinta anos que se encontram no fim da linha, ou no fundo do poço, que nada mais desejam a não ser uma overdose para acabarem com a vida, ou então se jogarem na frente de um automóvel ou de um ônibus. Essas são as pessoas com quem trabalhamos.

Para tanto, possuímos aqui em Porto Alegre uma casa que era alugada pelo Governo do Estado, na Rua Washington Luís, nº 868. Temos ainda uma fazenda de 48 hectares no Município de Viamão, cedida em comodato pelo sistema Sesi-FIERGS. Lá os rapazes que querem se tratar, que querem deixar essa vida para uma vida melhor, permanecem durante nove meses.

Eu disse para os senhores e para as senhoras que nós não recebemos auxílio nenhum. Pela casa da Rua Washington Luís, que até há pouco tempo era alugada pelo Governo do Estado, hoje nós pagamos aluguel. Então, além de fazermos um trabalho para o Estado, nós estamos pagando para trabalhar. Como é feito esse pagamento? Nós recebemos dez carentes enviados pela Secretaria de Saúde do Estado, a base de quinhentos reais por mês cada um; são cinco mil reais, mais água e luz, totalizando seis mil reais. Hoje nós estamos pagando para trabalhar, um trabalho que deveria ser feito por outros órgãos. Mas isso não nos abate. Somos voluntários e, apesar de todas as dificuldades, já trabalhamos há quinze anos nessa obra, e por ela já passaram mais de 1.600 rapazes na faixa etária de trinta anos. A nossa comunidade terapêutica, em Viamão, é só para homens.

Eu dizia, há pouco, que nós não temos ajuda dos órgãos governamentais, mas existe uma entidade em Porto Alegre que nos auxilia. E eu faço questão, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, de citar o nome dessa entidade. Conhecendo o trabalho que se faz naquela fazenda, conhecendo a seriedade e a responsabilidade que se coloca naquele trabalho voluntário, o Grupo GBOEX, conhecido de todos em Porto Alegre, ajuda-ns mensalmente com uma quantia muito boa, que, se não dá para melhorarmos a nossa situação, alivia-nos e muito. E eu não teria medo de dizer que, se não fosse esse grupo, hoje, não sei se ainda estaríamos funcionando, pois a maioria das pessoas que nos procura não tem condições, são pessoas carentes, pois para uma lavadeira que tem dois filhos, e um está na fazenda, cinqüenta reais é uma fortuna, e para nós é muito pouco. Então, cito o Grupo GBOEX e também uma outra firma muito grande em Porto Alegre, conhecida dos senhores, a Martins&Andrade, que, junto com o GBOEX, está fazendo um trabalho para que sejamos mais conhecidos em todo o Rio Grande do Sul.

Os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras já devem ter visto na televisão ou ouvido no rádio uma propaganda da Pacto/POA, inclusive com um jingle, e várias crianças que conheço já cantam, fazendo a propaganda da Pacto.

Eu estou dando uma de Enéas, que teve trinta segundos para fazer uma propaganda política, já que estou tendo dez minutos, o que é pouco para o muito que a gente tem a dizer, mas, como somos disciplinados, gostaria apenas de dizer aos senhores que esses homens permanecem nove meses na fazenda, baseados num tripé: o desenvolvimento da espiritualidade, que não é religiosidade, o trabalho - a laborterapia - e a disciplina. Nós não temos empregados na fazenda, tudo é feito por eles, é parte do próprio tratamento que estão fazendo.

Finalmente, Sr. Presidente, alguns Vereadores poderiam perguntar em que poderia ser a nossa entidade auxiliada pelos Vereadores de Porto Alegre. Da última vez que estive aqui, o Ver. Professor Garcia teve a idéia de convidar os Vereadores que desejassem para conhecer a nossa obra, tanto aqui em Porto Alegre, nossa sede, como lá em Viamão, onde é a nossa comunidade terapêutica, e, infelizmente, por razões que não sei dizer, ou por força maior, essa visita não saiu. Seria bom, Ver. Ismael - o senhor que foi o autor desta minha vinda aqui -, que isso pudesse ser concretizado. Nós gostaríamos muito que os Srs. Vereadores, representantes do nosso povo de Porto Alegre, conhecessem a nossa obra, tanto a nossa sede em Porto Alegre como a nossa fazenda da comunidade terapêutica.

A maioria dos rapazes que nos procuram são filhos de famílias já implodidas. A drogadição hoje é considerada pela Organização Mundial da Saúde uma doença, figura no Livro de Organização de Doenças como uma doença primária, progressiva, incurável e fatal. Isso quer dizer que, se não houver o estancamento dessa doença, como existe para o próprio diabetes, o fim de um dependente químico, infelizmente, é a morte. A maioria, então, daqueles que nos procuram, está numa situação em que não desejam mais nada, a não ser a morte, que vai lhes aliviar muito aquele sofrimento, que eles sabem que estão provocando neles e, sobretudo, nas famílias. Nós temos uma reunião todas as quartas-feiras no Colégio que fica atrás da Igreja São Pedro, onde as famílias que desejam um apoio, que procuram saber o que fazer com o seu dependente químico, nos procuram, e nós damos uma orientação a essas pessoas.

Esses rapazes, na sua grande maioria, são extremamente carentes, sobretudo de amor, sobretudo de carinho. Nós assistimos, seguidamente, a testemunhos de rapazes que estão na fazenda. Quando somos visitados, fazemos questão de apresentar e dizer por que aquelas pessoas estão lá. E, sempre que provocados, dizem que o grande problema deles é a falta de amor, a falta de carinho, e é isso que eles encontram na nossa fazenda. Nós usamos muito a frase - dizem que foi o Che Guevara que a pronunciou pela primeira vez, ela está muito em moda hoje nesses dizeres em camisetas, eu a aprecio muito: “Hay que endurecer pero sin perder la ternura jamais”. É o que nós fazemos na fazenda, nós endurecemos, porque eles precisam de disciplina, coisa que eles nunca tiveram. Eles nunca souberam dizer: “Sim, senhor” ou “Não, senhor”. Eles aprendem lá a ter disciplina, mas têm também aquilo que falta nos seus lares: muito amor e muito carinho. Obrigado, Sr. Presidente; obrigado, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos o Sr. Lino Fernandes Pereira a fazer parte da Mesa. Ouviremos, agora, o Hino da Pacto.

 

(Ouve-se o Hino da Pacto.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em homenagem à Pacto, registramos a presença do Sr. Coronel Irani Siqueira, representando o Comando Militar do Sul; Sr. Tenente-Coronel Jesuel Fonseca Serafim, representando o Diretor do Hospital Geral de Porto Alegre; Sr. Major José Nilton Silva Vargas, representando o Comandante da 3ª Região Militar; Tenente Thiago Benetti Freitas, representando a Companhia do Comando Militar do Sul e a 3ª Região Militar; Sr. Vilmar Carlotto, representando o GBOEX Grêmio Beneficente. Também quero saudar o Coronel Joel, que é meu companheiro de cavalgadas. Saudamos a presença entre nós do Diretor do Grupo Hospitalar Conceição, Sr. João Motta, ex-Presidente da Casa, ex-Vereador desta Casa.

O Ver. Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente desta Casa, Ver. Elói Guimarães; Ilmo. Coronel Lino Fernandes Pereira, representando a Pacto; digníssimos colegas Vereadores e Vereadoras desta Casa; representantes da comunidade e do Exército, GBOEX, Geraldo Santana; demais pessoas aqui presentes e imprensa. Gostaria, inicialmente, de parabenizar o Sr. Júlio Henrique Pinto Cruz, atual Presidente da Pacto, bem como os demais membros da Diretoria e, de uma forma toda especial, o Coronel Lino Fernandes Pereira, porque conhecemos a sua dedicação, o seu amor, o seu idealismo em prol desse trabalho tão importante que é desenvolvido na nossa comunidade; está faltando - e muito - investimento público nessa área de recuperação terapêutica dos dependentes químicos.

Ontem, Verª Neuza Canabarro, nós aprovamos o Estatuto da Juventude, que, no seu art. 15 e art. 16, principalmente no art. 16, diz que o Plano incluirá políticas de ações que permitam divulgar informações referentes aos termos de Saúde Pública e comunitária, doenças sexualmente transmissíveis, nutrição e dependência química. Eu quero dizer ao nosso colega Ver. Márcio Bins Ely, proponente desse Projeto de Lei, que, talvez, acordado por meio da Pacto, teríamos que fazer, futuramente, um adendo ao Projeto, colocando também os efeitos dessa situação danosa, que é a drogadição, os dependentes químicos. Está comprovado, nas políticas dos outros Governos, que é mais econômico investir para que a população, para que os nossos jovens não se droguem.

E, no momento em que houver os drogados, nós não podemos, simplesmente, excluí-los da sociedade. Esses projetos que nós estamos vendo, como o da Pacto, assim como o de outras entidades, são realizados com extrema dificuldade. Eu acredito que o Poder Público, os políticos ainda não se deram conta dessa trágica chaga social - e isso amanhã pode acontecer com um filho, com um neto nosso. A partir do momento que a pessoa se vicia, que se droga, ela também necessita de um amparo e condições humanas para que possa se recuperar, curar-se, para que passe a ser um cidadão de bem da nossa sociedade.

Eu ia ler alguma coisa sobre isso, mas, tomado de emoção, quero contar aos senhores que eu tive, sim, o privilégio de conhecer o projeto da Pacto, de visitá-los na Rua Washington Luís, de ir até à Fazenda Bom Jesus e ver de perto o trabalho, o carinho que é desenvolvido, gratuitamente, por uma equipe de voluntários, com psicólogos e tudo que é necessário para se chegar a uma recuperação. E ela se faz, basicamente, através da disciplina, do trabalho e da oração, da fé.

Eu penso que nós temos de dar condições não às entidades não-governamentais, mas às entidades que realmente fazem o trabalho social necessário à nossa população, conforme nós pudemos perceber pelas explicações dadas pela Pacto: ela recupera o cidadão para o trabalho, para a sociedade e, principalmente, restitui-lhe a fé em si mesmo, a fé numa crença, a fé em Deus, ou seja, completa um cidadão. Nós estamos carentes desse tipo de trabalho e, quando esse problema bate à nossa porta, ou nos nossos gabinetes, nós ficamos sem saber o que fazer. Nós temos poucas instituições - principalmente públicas - para acolher esse cidadão contaminado pelos percalços da vida, pelos desajustes sociais e familiares.

Então, em relação ao pedido do Coronel Lino, os Vereadores que quiserem fazer uma visita à Pacto me procurem, a gente vai junto, para ver de perto esse trabalho de jovens ávidos que dão depoimentos ao vivo. Eu saí de lá emocionado. Dei um depoimento também, porque há bem pouco tempo eu era dependente químico do cigarro, que é quase um mal tão grande quanto aqueles que eles têm lá. E eu sei o quanto é difícil nós largarmos o cigarro, nós nos livrarmos da droga.

Eu quero felicitar a Diretoria da Pacto e peço a Deus que lhes dê forças para que não esmoreçam, eu tenho certeza de que a esse caminho haverão de se juntar outros peregrinos da fé, da boa vontade, para salvarmos os nossos jovens. Era o que eu tinha a dizer, Presidente, meu muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, em nome da Bancada do Partido Progressista, composta pelo Ver. João Antonio Dib, pela Verª Mônica Leal e por este Vereador, eu queria saudar a presença do Sr. Lino Fernandes Pereira, Diretor Administrativo da nossa querida Pacto - Pastoral de Auxílio Comunitário ao Toxicômano. Eu tenho a graça de conhecer a Pacto há muito tempo, sei que é uma pastoral da mitra da arquidiocese de Porto Alegre que vem fazendo um imenso trabalho em favor da vida, das pessoas. Eu tenho acompanhado o trabalho da Pacto, assim como tenho acompanhado e incentivado o imenso trabalho que o Ver. Elias Vidal, desta Casa, presta nessa área. É um trabalho realmente humanitário, importante e merece o apoio da comunidade e destes Vereadores. Parabéns, Lino, parabéns para a tua equipe, que presta esse trabalho sensacional. Eu tive a grande alegria de conhecer a Pacto, o trabalho que vocês lá realizam. Meus parabéns, é um trabalho de solidariedade que a Igreja Católica sempre sabe prestar. Meus cumprimentos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Exmo Sr. Presidente da Câmara de Vereadores, Vereadoras e Vereadores, Ilmo. Sr. Coronel Lino Fernandes Pereira, Diretor Administrativo da Pacto, é com muita satisfação que eu falo em nome da Bancada do PMDB, constituída pelo Ver. Ibsen Pinheiro, Ver. Haroldo de Souza, Ver. Bernardino Vendruscolo e Ver. Sebastião Melo. Eu gostaria de dizer o seguinte: como médico, já atuei nessa área da drogadição por vários anos e senti muito de perto esse problema. E até nos emocionamos quando vemos pessoas com esse trabalho que tem a Pacto, sabendo da nossa necessidade e sabendo o que é a drogadição e o que representa no seio da família, no convívio de todos. Então, eu só tenho que expressar a minha satisfação em ver que a entidade está viva, está bem. Recebam todo o apoio que pudermos dar através da Câmara de Vereadores, que, eu tenho certeza, estará sempre disponível. Meus parabéns à Pacto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos registrar a presença nesta Casa do Pastor Quirino, da Fazenda Cidade do Refúgio.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Sr. Lino Pereira, Diretor Administrativo da Pacto, queremos, em nome do nosso Partido, da Bancada do Partido Popular Socialista - composta por este Vereador, pela Verª Clênia Maranhão, nossa Líder, pelo Ver. Paulo Odone, pelo Ver. Elias Vidal, que faz um trabalho intenso nessa área, com muita alegria - quero dizer que realmente tivemos dificuldade na questão da visita. Eu acho que o reforço hoje pode fazer com que os Vereadores assumam e visitem in loco a entidade, mas conhecemos já de longa data esse trabalho que a Pacto faz em prol da sociedade de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, na recuperação dessas pessoas à luz do Evangelho e principalmente com a valorização da auto-estima, porque, na realidade, o que vocês buscam é a valorização da vida. Então, em nome do nosso Partido, o Partido Popular Socialista, queremos saudar a Pacto. Parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo Sr. Coronel Lino Fernandes Pereira, Diretor Administrativo da Pacto e meu conterrâneo, falo em nome dos Vereadores Márcio Bins Ely, Nereu D'Avila, Mario Fraga, Dr. Goulart e Ervino Besson. É com muito prazer que ouvimos o relato do que esta ONG está fazendo em relação aos drogados de nossa Cidade. E salientaríamos como o mais importante de tudo que esta organização não-governamental não tem recursos públicos, pois as ONGs são criadas justamente para aliviar a pressão em cima dos órgãos governamentais e, na maioria das vezes, querem, depois, viver às custas do erário. Então, considero esse trabalho altamente meritório, é um trabalho com objetivo fraterno, por isso recebam os nossos parabéns. Contem sempre com o nosso apoio.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; também em nome do Partido dos Trabalhadores queremos saudar a presença na Casa do Sr. Lino Fernandes Pereira, Diretor Administrativo da Pacto. Queríamos dizer que nós temos em Porto Alegre, na verdade, alguns serviços que são referência na área da prevenção do álcool e da droga, mas assim mesmo não são suficientes. Eu poderia destacar alguns hospitais como o Grupo Hospitalar Conceição, o Hospital de Clínicas, o Hospital Espírita. Nós achamos muito louvável que o trabalho voluntário crie a idéia da constituição de ONGs, que acabam estendendo esse serviço preventivo a centenas ou a milhares de jovens que hoje se envolvem com a questão da drogadição.

Eu pude conhecer esse tema quando aprovamos aqui na Casa, no ano passado, a Semana de Educação e Conscientização sobre os Riscos do Alcoolismo, que acontece nos dias 10 a 16 de junho. Na Cruz Vermelha, nos AAs, Alanons, Alateens, as pessoas fazem um trabalho voluntário, inclusive em todos os lugares que porventura a comunidade venha a solicitar. É uma forma de convencimento de que o álcool leva, de uma certa forma, não somente à não-convivência harmônica com a família, mas também deixa a família em segundo plano e acaba levando ao vício, à drogadição e assim por diante.

Nesse sentido, nós queremos parabenizá-los em nome da COSMAM, sou membro da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. E quero propor ao Presidente da Comissão, que é o nosso Ver. Claudio Sebenelo, que façamos essa visita que o senhor está propondo, não só para conhecermos o serviço, mas, quem sabe lá, para sugerirmos alternativas para que o Poder Público venha a contemplar e atender às demandas, que são muitas. Tenho certeza que vocês encontram dificuldade. Nesse sentido, a Casa e a Bancada do Partido dos Trabalhadores se propõem a contribuir nesse segmento e parabenizam a atuação dos senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Coronel Lino Pereira, a minha saudação em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro - constituída por este Vereador e pelos Vereadores Elói Guimarães e Alceu Brasinha -, que vê, neste momento da Tribuna Popular, uma verdadeira explanação daquelas entidades que cumprem um papel social com eficácia, maestria, determinação, que apresentam suas propostas a este Parlamento, mas, principalmente, apresentam suas propostas para a sociedade de Porto Alegre de forma oficial. E eu ouvi e registrei o compromisso que tem a Pacto na questão da drogadição e o compromisso que vocês desempenham junto à sociedade no sentido da educação; necessariamente, a solução para a drogadição passa pela educação. Há necessidade de termos uma política de afirmação frente a esses jovens que, por muitas vezes, acabam iludidos pela droga ou por caminhos mais fáceis, tortuosos, assumindo essa condição de dependente químico.

Então, eu gostaria de desejar, em nome da nossa Bancada, que a Pacto tenha sucesso, êxito, que tenha, acima de tudo, o compromisso também de proporcionar ao Poder Público uma integração entre ações, para que vocês e o Governo possam andar cada vez mais lado a lado, e não como nós temos visto em algumas outras áreas, com outros setores, com ações que não são compartilhadas. E o maior segredo das questões do terceiro setor reside justamente nisto: no preenchimento dessas lacunas, fazendo com que, cada vez mais, pessoas como as que vocês representam através da Pacto tenham sorte e êxito na missão. E continuem desempenhando o papel que cumprem junto aos dependentes químicos.

Através da nossa Comissão de Direitos Humanos, também nos solidarizamos junto com a COSMAM para visitá-los, propondo que a drogadição seja um problema de educação, de direitos humanos e de Saúde Pública. Parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Coronel Lino, é um prazer muito grande estar recebendo o senhor hoje nesta Casa. É uma pena que a drogadição tenha chegado no ponto em que chegou, envolvendo boa parte da nossa juventude; é uma pena também que alguns segmentos políticos, para ganhar simpatia da juventude, acabaram pregando uma certa liberdade para o uso das drogas. Se esse segmento político ganhou votos com isso, causou um prejuízo muito grande, realmente, para toda a sociedade.

É bom que possa existir uma organização como a Pacto, que trabalha no sentido de fazer com que esse jovem possa se recuperar. Eu acredito que não apenas este Vereador, mas o conjunto desta Casa conhece o trabalho sério que faz a Pastoral, tudo aquilo que ela faz para que, lá naquela ponta realmente muito difícil de ser atacada, esse jovem, quase perdido, possa ser recuperado ainda pela sociedade. Esta Casa só pode agradecer por tudo aquilo que fazem. Muito obrigado a vocês que fazem a Pacto, obrigado por tudo aquilo que vocês fazem para que a juventude não se perca definitivamente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, em meu nome e em nome da Verª Manuela d'Ávila, nossa saudação ao Sr. Lino Fernandes Pereira, em nome de quem saudamos toda a equipe da Pacto e todos aqueles que, mesmo fora da Pacto, trabalham nessa mesma causa.

Hoje esse problema atinge toda a humanidade, com grande profundidade, e expressa a profunda crise social que a nossa humanidade vive. Muita gente está ganhando dinheiro com isso, calcula-se que mais de 400 bilhões de dólares - ou 600 bilhões de dólares, estamos desatualizados - sejam movimentados, e, às vezes, a gente procura só lá embaixo, mas isso está ligado aos paraísos fiscais, à lavagem de dinheiro, é uma indústria, digamos, do crime organizado, e os nossos jovens são as vítimas.

Por isso, é importante esse trabalho, que não vê só o aspecto repressivo. Eu acho que não é só a recuperação; o trabalho que vocês fazem é prevenir, é recuperar, é dar apoio à família, que também é atingida de uma forma ou outra; é depois buscar a reinserção, porque, passado esse tempo da recuperação, se não houver a reinserção, vai haver o retorno.

Então, é um trabalho realmente magnífico, de grande amplitude, esse trabalho da fazenda lá em Viamão, com setenta jovens. Isso é de grande valia e importância. Nós queremos parabenizá-los, desejar uma longa vida e um frutífero trabalho aos senhores e a outras entidades e instituições que atuam nessa área. Eu conheço esse trabalho, sei que tem uma capacidade de recuperação muito grade quando atinge essa situação. São nessas fazendas, com esse trabalho, durante meses, que as pessoas vão se recuperando.

Então, parabenizo-o pelo trabalho e por sua vinda aqui. O que nós estamos discutindo aqui está passando na televisão, as pessoas estão tomando conhecimento da importância desse trabalho. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrando esta parte da Sessão, agradecemos, como já fizeram as diferentes Bancadas, a presença da Pacto, liderada pelo Coronel Lino Fernandes Pereira, bem como às autoridades presentes. Nós nos congratulamos com toda essa luta, que é uma luta comum da sociedade contra uma situação tão catastrófica, assim poderíamos dizer, que é o que representa a drogadição.

Sr. Lino Fernandes Pereira, Diretor Administrativo da Pacto, receba a saudação, o reconhecimento e o agradecimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. Obrigado.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h43min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h45min): Estão reabertos os trabalhos.

Hoje temos um comparecimento para tratar do transcurso do Dia Municipal da Doação de Sangue, uma iniciativa da Verª Margarete Moraes. Convidamos a fazer parte da Mesa o Sr. João Motta, Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição; Sr. Jaí Antonio Estrapazon, Presidente da Associação Sapucaiense de Apoio aos Doadores de Sangue; Srª Jane Maciel César, representante do Hemocentro do Rio Grande do Sul. Como extensão de Mesa, queremos mencionar a Drª Aumeri Marlene Balsan, Coordenadora do Banco de Sangue do Grupo Hospitalar Conceição; Srª Angelise Maria Martins, Assessora da Gerência de Serviços e Diagnósticos do Grupo Hospitalar Conceição; senhoras e senhores funcionários do Grupo Hospitalar Conceição.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para falar em nome da Casa.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sempre atenta às questões da existência daquilo que é fugaz, daquilo que é perene ou permanente, do início e do fim das coisas, do que é indizível e muito preocupada com a energia e com o viço, que devem se renovar constantemente, eu propus em 2004 a inclusão, no Calendário Oficial de Eventos da cidade de Porto Alegre, do Dia Municipal da Doação de Sangue, não como apenas uma data a mais - e são tantas datas que possui o Calendário da nossa Cidade, talvez em excesso -, mas como algo muito importante, como um momento de chamar a atenção da população de Porto Alegre e dos meios de comunicação para que reflitam um pouco em relação a esse ato, que é de humanismo e que é tão necessário, eu poderia dizer, à sobrevivência da espécie humana no nosso mundo.

Eu usei essas metáforas para destacar o óbvio, como numa frase que nós conhecemos: “Sangue é vida”. É preciso conscientizar a população, Dr. Raul, para gestos de despojamento, gestos de solidariedade. Existem órgãos nacionais, municipais e estaduais que cuidam desse assunto, e eu poderia citar aqui a Anvisa, que disciplina, normatiza, regulamenta os procedimentos de coleta de sangue, mas é evidente que cabe ao Município, cabe ao Estado monitorar e sensibilizar as pessoas para esse fundamental abastecimento nos hospitais e nos hemocentros. É preciso desmistificar esse assunto, esclarecer, sem nenhum preconceito, com muita racionalidade e com muita cientificidade, as pessoas que têm medo de praticar esse ato de doação.

Quando nós aprovamos essa idéia, no ano anterior, eu jamais imaginaria que passaria por uma situação semelhante, quando só encontrei muito carinho, muita alegria de pessoas maravilhosas, inclusive nesta Casa, eu quero dizer que fiquei muito gratificada.

E aí, companheiro João Motta, eu me deparei com outra realidade, porque eu conhecia a realidade do SUS por alguns discursos, inclusive nesta Casa, e pelos jornais e revistas. Eu tinha a impressão de que o SUS era um monstro, de que era uma assombração que pairava sobre os pobres do nosso País. Hoje, com o conhecimento de causa, eu quero fazer um grande reconhecimento, eu quero fazer uma homenagem ao SUS, ao Sistema Único de Saúde do nosso País, em nome do nosso querido companheiro João Motta, Superintendente Geral do GHC. Eu quero também fazer uma homenagem ao Hospital São Lucas, da PUC, em nome do nosso Ver. Aldacir Oliboni, e a todas as instituições que, na nossa Cidade, no nosso País, operam no SUS, faço uma homenagem a todos os profissionais, funcionários, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros.

E aqui eu quero agradecer à Srª Lorita, representante do Banco de Sangue do HPS, que nos prestigia com sua presença. Também agradeço ao Sr. Márcio Costa, do curso de Enfermagem do IPA, à Srª Marilucia Fernandes, que aqui representa a Direção do IPA, aos técnicos, aos gestores, aos médicos - pessoas que são exemplo. São exemplos de dedicação à área da Saúde. Quero fazer uma referência ao Dr. Moacir Alexandre Praezel, do Hospital São Lucas; ao Dr. Eduardo Carvalhal, ao Dr. Barata e à nossa querida amiga Dra. Inês Senandes Guterrez, do GHC, que trabalha especificamente nessa área. Homenageio todas as pessoas que militam 24 horas por dia, gerindo, pesquisando, direta ou indiretamente, na área da Saúde, sempre minimizando a dor, o sofrimento dos outros com grande carinho e com a grande sofisticação com que o SUS trabalha no nosso País, sempre com o espírito aberto para outras pesquisas, para outras soluções, inclusive administrativas, para a Saúde Pública do nosso País. Em nome do Sr. Jaí Estrapazon, dessa ONG, da Associação Sapucaiense de Apoio aos Doadores de Sangue, eu também quero homenagear todas as pessoas que já doam sangue, independente de para quem seja, não importa para quem, são pessoas que salvam vidas e fazem o outro feliz.

E eu preciso fazer uma referência: talvez, por ter sido Secretária, eu não gosto de fazer lei pela lei; as leis têm de ter conseqüência, devem ter uma conseqüência prática, uma conseqüência na vida. E hoje nós temos aqui - e quero agradecer ao Estado do Rio Grande do Sul, ao Hemocentro do Estado - a presença da funcionária Jane, que participa dessa campanha, que hoje está aqui gentilmente inscrevendo e cadastrando futuros doadores e, ao mesmo tempo, participando de procedimentos demonstrativos.

Sr. Presidente, neste momento, agradeço a presença de todos e quero homenagear todas as entidades simbolizadas na presença do nosso querido João Motta e todas as pessoas que já fazem doação de sangue, quero incentivar novos doadores, porque é muito importante salvar vidas no nosso País. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Agradeço à Verª Margarete Moraes o pronunciamento que fez em nome da Casa.

O Sr. Jaí Antonio Estrapazon está com a palavra.

 

O SR. JAÍ ANTONIO ESTRAPAZON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu gostaria de começar a expor o assunto, Sr. Presidente, fornecendo um dado que, talvez, seja desconhecido da maioria das pessoas. É lógico que temos aqui médicos, pessoas ligadas à área da Saúde, que, com certeza, têm esse conhecimento. O dado que trago aos senhores, neste momento, foi um dos fatores que nos levaram a fundar a Associação Sapucaiense de Apoio aos Doadores de Sangue. Em recente cirurgia, efetivada no Instituto de Cardiologia, em Porto Alegre, na qual recebi seis pontes de safena - e eu não tinha, até então, passado por procedimento dessa natureza -, quando tomei ciência do relatório do cirurgião responsável, eu me ative a um dado que me deixou surpreso. Dizia ele que o fluxo de sangue circulando no momento da cirurgia era de 40 litros por minuto, assim nós temos 2.400 litros/hora. E nas seis horas, tempo que durou a cirurgia, foram 14.400 litros de sangue circulando ali.

O aumento do número de mortes no trânsito, o grande somatório de vítimas que sofrem traumatismos rigorosos - e, em função desses traumatismos, há uma grande perda de sangue - nos levaram a concentrar, em um determinado local, todos os doadores disponíveis da cidade de Sapucaia do Sul. Fundamos a Entidade há um ano e meio. Já tínhamos trabalho nessa área, na Assistência Social da Prefeitura Municipal de Sapucaia, e éramos procurados a todo o momento para que conseguíssemos doadores. Essa dificuldade momentânea nos fez pensar e decidir pela criação de uma ONG, por meio da qual nós, atualmente, fazemos a coleta do pessoal, cadastramos, organizamos e efetivamos o encaminhamento dos doadores ao Hemocentro em Porto Alegre, que é nosso parceiro nessa tarefa.

Convém lembrar aqui aos senhores que a nossa ONG - Associação Sapucaiense de Apoio aos Doadores de Sangue - não recebe ajuda de nenhum tipo de entidade pública ou civil. Nós agimos como pessoas simples e que se dedicam, simplesmente, a esse ato de doar sangue para salvar vidas. A nossa Associação, em Sapucaia, hoje, conta com mais ou menos 370 doadores cadastrados. A nossa Entidade é oficialmente constituída, já registrada junto à Secretaria da Fazenda, e estamos em fase de encaminhamento, fazendo não só o cadastramento de doadores e o encaminhamento desses doadores ao Hemocentro, mas também a divulgação junto a colégios, associações, em atos como este, hoje, para o qual fomos convidados.

Somos parceiros, sempre, no que diz respeito a minimizar o sofrimento alheio. Esse foi o principal sentimento que nos levou a criar essa ONG, que hoje até é motivo de muita honra e muito orgulho ao percebermos inclusive que Porto Alegre já conta com uma Lei Municipal incluindo a Semana da Conscientização da Doação de Sangue.

Nós temos, em nível de Município, em nível de Estado e de Federação, encaminhado um projeto pedindo maiores alternativas, maiores facilidades quanto ao ato em si de doar sangue, uma vez que tudo é difícil. Não temos condução própria, sempre estamos precisando de voluntários que façam esse trabalho. Não arrecadamos nenhum tipo de donativo, não fazemos pedágio, não executamos nenhum tipo de atividade que possa nos trazer retorno financeiro. Trabalhamos, única e exclusivamente, dedicados à causa de doação de sangue para salvar vidas.

Eu agradeço, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a oportunidade que nos foi concedida, por meio do convite da Verª Margarete, possibilitando que trouxéssemos algumas palavras, algumas considerações sobre esse trabalho que estamos executando. Podemos registrar, inclusive, que nós temos trabalhado com Vereadores daqui, da Câmara de Porto Alegre, estamos encaminhando doadores para uma causa particular e não abrimos mão de que esses doadores - sejam eles de Porto Alegre, de Sapucaia, de Canoas, da Região Metropolitana - se cadastrem e venham fazer parte da nossa Associação.

O que os Vereadores, aqui presentes, podem fazer para nós? Este é o nosso pedido: ajudem-nos na conscientização, ajude-nos com leis que facilitem o transporte ao doador, ajudem-nos principalmente na tribuna, que é um grande instrumento que V. Exas. têm em mãos para conscientizar a população da grande necessidade da doação de sangue para salvar vidas. Lute pela vida, doe sangue! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos convidar a fazer parte da Mesa a Enfermeira Lorita, que representa o Banco de Sangue do Hospital de Pronto Socorro.

O ex-Presidente da Casa, hoje Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, o amigo João Motta, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, eu gostaria de saudá-lo e agradecer, mais uma vez, a oportunidade. Quero saudar especialmente a Verª Margarete Moraes, proponente da legislação que instituiu o Dia Municipal de Doação do Banco de Sangue, que, neste evento, traz uma oportunidade ímpar para que se consiga passar, através do espaço do Legislativo Municipal, mais informação, mais reflexão, para que se amplie, cada vez mais, o número de doares nessa corrente pela vida, que já existe no nosso meio e que precisa ser, freqüentemente, reforçada. Gostaria também de saudar o Sr. Jaí Antonio Estrapazon, Presidente da Associação Sapucaiense de Apoio aos Doadores de Sangue, parceiro também nessa caminhada; a Jane Maciel César, representando o Hemocentro, uma instituição que tem toda uma história de serviços bem prestados à comunidade no Rio Grande do Sul.

Para nós, do Grupo Hospitalar Conceição, também é motivo de orgulho estarmos nos somando a todos vocês nesta atividade. Queremos dizer que todo o esforço que historicamente já é feito no Grupo Hospitalar Conceição por uma equipe de profissionais de alta qualidade, neste momento, Sr. Presidente, acaba de receber um reforço importante. Nós acabamos de instalar no Banco de Sangue do Grupo Hospitalar Conceição o Sistema Hemovida, que é uma ferramenta de informática muito importante, na medida em que vai ampliar toda a nossa capacidade já existente do ponto de vista de qualificarmos ainda mais todos os procedimentos com relação à captação e ao processo, não só do sangue, mas também dos seus derivados. Portanto, é um instrumento altamente moderno que dá ao Poder Público toda uma possibilidade de controle de informações, de fluxo com relação a essa ação de Saúde que é prestada pelo Sistema Único de Saúde. Aliás, só para os senhores terem uma dimensão do nosso Banco de Sangue, a média de doações/mês é em torno de 1.500, e nós totalizamos, há um mês, em torno de três mil transfusões no Banco de Sangue do Hospital Conceição. É um serviço-referência para orgulho nosso e da população que precisa do Sistema Único de Saúde.

Gostaria, enfim, de comentar, lembrando uma fala do Dr. Saraiva Felipe, Ministro da Saúde, que está em Porto Alegre, que os dados coletados na uma última pesquisa feita pelo Ministério da Saúde sobre o SUS indicaram que hoje aproximadamente 140 milhões de brasileiros dependem do SUS. Praticamente toda a população brasileira precisa do Sistema. Então esses investimentos que o Ministério da Saúde, que o Governo Federal faz num hospital próprio, como é caso do Hospital Conceição, reforça na verdade a rede, reforça essa capacidade e essa necessidade de ampliarmos o serviço com cada vez mais qualidade. E o Hospital Conceição representa hoje, em Porto Alegre, 40% da oferta de serviços prestados ao Sistema Único de Saúde. Somos, juntamente com o Hospital de Clínicas e o São Lucas, da PUC, os maiores prestadores; os três Hospitais juntos totalizam 80% da oferta de serviços ao Sistema Único de Saúde em Porto Alegre. Portanto, nós estamos muito cientes da nossa responsabilidade, razão pela qual nos cabe neste momento agradecer muito o espaço que a Câmara Municipal de Porto Alegre tem-nos propiciado ao longo desta gestão, e antes mesmo, no sentido de virmos aqui para sermos cobrados, criticados, reconhecidos ou lembrados, como é o caso deste momento que a Verª Margarete Moraes está propiciando a todos nós no Dia Municipal de Doação de Sangue. Nós também nos esforçamos com a nossa equipe, que está presente aqui, para que cada vez mais chamemos a atenção da população sobre a importância da doação de sangue.

Gostaria de registrar aqui, publicamente, o nosso agradecimento ao Esporte Clube São José, o Zequinha, que fez um esforço nesta semana, na segunda-feira, levando todos os seus jogadores profissionais ao Banco de Sangue do Hospital Conceição para doar sangue. São esses gestos, na verdade, Verª Margarete Moraes, e espaços como este que podem propiciar ainda mais intensamente para a população a consciência sobre a importância da doação como um gesto que salva vidas e que resgata, inclusive, a solidariedade humana como um dos fundamentos da existência de todos nós.

Portanto, Verª Margarete Moraes, gostaria de agradecer o convite, em nome da Direção e da nossa equipe presente, e parabenizá-la pelo Dia. Quero ressaltar, Ver. Elói Guimarães, o nosso compromisso com a prestação de assistência à Saúde com o Sistema Único de Saúde quando assumimos a Direção do Hospital. Nós somos, hoje, prestadores 100% SUS, não operamos com mais nenhum tipo de atendimento particular. Com todos os convênios que tínhamos no Hospital, fizemos uma pactuação com os nossos parceiros e encerramos esse tipo de atendimento. Portanto, atendemos exclusivamente SUS.

Evidentemente, pelos números apresentados pode-se perceber o tamanho da responsabilidade que nós temos, ou seja, a grande maioria, 70% da população, depende do SUS. Portanto, é obrigação nossa investir em mais equipamentos e mais qualidade, como é agora o Sistema Hemovida, que vai nos dar toda uma condição de trabalho, inclusive com mais segurança nas doações e na própria captação desse material vital que é o sangue, para salvarmos vidas. Parabéns à Câmara pela atividade; nós estamos sempre à disposição dos Srs. Vereadores e da instituição Câmara Municipal, na medida em que já fomos Vereador por muitos anos e temos ótimas lembranças desta importante Instituição. Muito obrigado. (Palmas.)

Sr. Presidente, nós queríamos quebrar o protocolo e entregar uma camiseta objeto da campanha para o Presidente da Câmara, em homenagem ao dia de hoje.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Procede-se à entrega da camiseta.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, também os amigos que se encontram nesta Casa Legislativa, em nome da nossa Bancada, PPS, composta pelo Ver. Professor Garcia, pelo Ver. Paulo Odone, por este Vereador e pela Verª Clênia Maranhão, queremos cumprimentar todos os senhores na pessoa do Sr. Jaí Antonio Estrapazon e parabenizá-los pela iniciativa, pelo engajamento nessa luta tão importante que tem a ver com a vida.

Esta Casa, na pessoa do nosso Presidente Elói Guimarães, deu uma demonstração pública do seu apoio na mega-campanha de doação de sangue neste Estado. Essa campanha foi amplamente divulgada em todos os veículos de comunicação, inclusive pela Rede Globo, que veiculou várias reportagens sobre o assunto, alcançando um âmbito nacional, cruzando fronteiras. O apresentador Cid Moreira fez uma gravação especial sobre o assunto que foi amplamente divulgada, e recentemente o jornal O Estado de São Paulo adotou a campanha Projeto Mais Vida. Este Vereador teve a felicidade de ser convidado a apoiá-la e, por intermédio do nosso Gabinete, fazer toda a articulação junto aos demais Vereadores, que se integraram à campanha, inclusive num dia de muita chuva, em que o Presidente foi ao Hemocentro dar uma demonstração pública de que ele é um homem preocupado, assim como os demais Vereadores, com essa causa.

Não poderia deixar de me manifestar, porque no mesmo sentido do Projeto de Lei da Verª Margarete Moraes, que institui o Dia de Doação de Sangue, que data de 2003, foi o Projeto deste Vereador instituindo a Semana da Conscientização da Doação de Sangue no Município, que já é lei, é a Lei nº 9.489, de 11-06-04. Achei que deveríamos também dar a nossa parcela nessa grande luta, ainda mais este Vereador, que necessitou desse serviço quando recebeu um balaço no pescoço! Quem recebeu um tiro, perdeu muito sangue e precisou da ajuda de muitos militares que foram ao hospital doar sangue sabe avaliar a importância do ato. Temos aqui alguns médicos - Dr. Raul, Dr. Goulart, Dr. Sebenelo - que sabem avaliar a importância. Pois quem está livre de, num acidente ou numa situação triste na vida, precisar de sangue? Ninguém está livre! Todos nós somos candidatos a precisar de sangue. Sangue é vida!

Quando nós criamos a lei, juntamente com a Casa, a nossa proposta era de que a Semana da Conscientização da Doação de Sangue pudesse sempre anteceder à Páscoa, porque nós fizemos uma analogia sobre a doação de Cristo na cruz - uma simbologia no mundo cristão de vida - e o sangue no sentido de vida humana.

Então, queremos parabenizar os senhores, que vieram a esta Casa demonstrar, por intermédio do Hospital Conceição e de todo o segmento do funcionalismo público, o quanto é importante nos engajarmos nessa luta, pois só damos valor quando se está num hospital, num bloco cirúrgico. Quando não se tem um parente, um filho, alguém que se ama necessitando de sangue, passa-se batido, somos capazes de cruzar a vida e não sentirmos a necessidade de doar sangue. Mas, quando é o seu neto, o seu sobrinho, o seu filho, o seu irmão, o seu esposo, a sua esposa, um amigo, alguém que você ama e que está necessitando daquela gota tão sagrada que é o sangue, aí é que você vai ver o quanto é importante esse gesto. Esse é um gesto sagrado, tão sagrado que o sangue, na simbologia cristã, tem toda uma conotação espiritual.

Os senhores estão de parabéns. Que Deus os abençoe, que lhes dê vida longa, com muito sangue, e que nunca falte sangue a todos nós numa hora de emergência, que o nosso sangue seja um sangue bom! Saúde e paz! Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estamos encerrando esta parte da Sessão, uma proposição da Verª Margarete Moraes para celebrarmos e lembrarmos o Dia Municipal de Doação de Sangue. Também saudamos o Ver. Elias Vidal, que instituiu a Semana da Conscientização da Doação de Sangue e que tem feito um grande trabalho nessa área.

Lá nas galerias temos uma faixa: “Lute pela Vida”, da Associação Sapucaiense de Apoio aos Doares de Sangue.

Aqui foram entregues camisetas alusivas à campanha de doação de sangue. Portanto é um encontro, um comparecimento extremamente importante para a Cidade, para a Casa, em que se chama a atenção para vida, é o que se diz. Vida é sangue; sangue é saúde.

Queremos cumprimentar aqui todas essas pessoas envolvidas com a saúde, como o Sr. Jaí Antonio Estrapazon, Presidente da Associação Sapucaiense de Apoio aos Doadores de Sangue; Sr. João Motta, Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, que, conforme nos informa, atende exclusivamente pelo SUS, o que significa dizer atender àqueles que não têm outra alternativa senão o Sistema Único de Saúde; Enfermeira Lorita, representando o Banco de Sangue do Hospital de Pronto Socorro; Srª Jane Maciel César, representando o Hemocentro do Estado do Rio Grande do Sul - transmita um abraço ao Júlio, Diretor daquela grande instituição -; Srª Dra. Aumeri Marlene Balsan, Coordenadora do Banco de Sangue do Grupo Hospitalar Conceição; Dra. Angelise Maria Martins, Assessora da Gerência de Serviços e Diagnósticos do Grupo Hospitalar Conceição, enfim, senhores e senhoras do Grupo Hospitalar Conceição. Cumprimento também aqui os integrantes do Clube Zequinha pela campanha que fazem de doação de sangue.

Estão suspensos os trabalhos por dois minutos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h21min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 15h22min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Paulo Odone solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 24 a 25 de novembro de 2005. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Nilo Santos assumirá no lugar do Ver. Paulo Odone. Solicito ao Ver. Nilo Santos que entregue seu Diploma e a Declaração de Bens a esta Mesa.

 

(Procede-se à entrega do Diploma e da Declaração de Bens.)

 

Solicito que os presentes, em pé, ouçam o compromisso que o Ver. Nilo Santos prestará a seguir.

 

O SR. NILO SANTOS: “Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a autonomia municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo.” (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Nilo Santos, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Constituição e Justiça. O nome por extenso do Suplente de Vereador é Nilo Sérgio Santos dos Santos, mas ele indica como nome Parlamentar somente o nome de Nilo Santos.

O Ver. Nilo Santos, se quiser, poderá utilizar a tribuna neste momento ou quando entender necessário.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, ele fará uso da palavra após o período de Grande Expediente.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Desde já, fica assegurada a palavra, no tempo regimental, ao Ver. Nilo Santos após o período de Grande Expediente.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Jonimar Ricardo Oro de Oliveira, Terceiro-Sargento da Brigada Militar. Ele foi brutalmente assassinado pelas costas por dois cidadãos com antecedentes criminais. Ele era muito respeitado pelos seus atos de bravura, um deles ocorreu quando salvou uma menina de um acidente em um ultraleve. Foram 19 anos de bons serviços prestados à Brigada Militar. No seu currículo constam 254 ocorrências atendidas. Nessa luta da Segurança Pública contra o mal, nós estamos, com certeza, perdendo um bravo soldado, um soldado do bem.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, em primeiro lugar, eu quero agradecer de público ao Ver. Nereu D’Avila, que já havia cedido o seu tempo ao Ver. Brasinha. Numa escala de sinergia, ambos passaram a palavra para mim, por entenderem o motivo da minha solicitação.

Na segunda-feira, nós tivemos na Lomba do Pinheiro a instalação do Conselho Gestor daquela região, em que estiveram presentes o Secretário Cézar Busatto e demais Secretários. Os que estavam lá presentes sabem que, naquele momento, apesar de não ser a pauta, estiveram lá mais de trezentos alunos e alunas do SEJA, das Escolas Heitor Villa Lobos, Saint-Hilaire, São Pedro e Guerreiro Lima, daquela região da Lomba do Pinheiro. Hoje nós temos aqui - e eu gostaria de dar as boas-vindas à minha comunidade - uma comissão de professores e alunos do SEJA daquela região, entre eles o Professor Danilo Souza, que é Coordenador da EJA do Heitor Villa Lobos, a Professora Rosa Brandão, a Professora Daniela Sanfelice e mais um grupo de homens e mulheres, estudantes da EJA da Lomba do Pinheiro.

O que está acontecendo? Por uma circular da Secretaria Municipal de Educação, está havendo um processo que eu considero um retrocesso, Ver. Adeli Sell, Presidente da Comissão de Educação desta Casa, não apenas na região, mas em todo o Município, com a diminuição de professores e com isso também a diminuição das turmas. Um dos argumentos colocados para nós é de que houve uma diminuição muito grande do número de alunos. Naquele momento eu solicitei aos alunos que demonstrassem ao Secretário Busatto a diminuição, e 85%, para não dizer 90%, dos que estavam lá eram alunos do EJA. Confesso que neste momento eu fico muito emocionada, chego quase às lagrimas, Verª Manuela, por ver e dizer com tristeza o que está acontecendo na nossa cidade de Porto Alegre, Verª Neuza Canabarro, em relação - eu tenho certeza de que depois a senhora se referirá a isso - à Educação. Até pontuei algumas questões, depois quero ler o que os nossos alunos estão querendo dizer nesta Casa, Sr. Presidente.

Paulo Freire já dizia (Lê.): “A prática de pensar a prática é a melhor maneira de pensar certo”. Nós todos sabemos que vivemos, sim, numa sociedade em que, infelizmente, a barbárie prevalece em relação aos direitos humanos, na qual o ter é mais importante que o ser. E a filosofia de educação no Brasil sempre criou e ainda vem criando armadilhas e em geral não compreende a vida real. Não compreender o problema do saber significa apenas dissimulá-lo. Nada mais anônimo, senhoras e senhores, do que a massificação, porque torna a educação sabedoria de almanaque, perde-se o nexo do diálogo, de uma reflexiva leitura do mundo, Vereadora e ex-Secretaria de Educação, Sofia Cavedon. Quebra-se a lógica da inércia, quebra-se a ignorância explicitada que tentam impor na ditadura da televisão, quando nesse horário vocês deixam os seus lares e ocupam uma sala de aula para juntos construírem um novo saber. Um exemplo disso, muito claro, foi a Escolinha do Professor Raimundo, que era transmitida pela TV no horário em que - como eu colocava - vocês hoje estudam. É a sabedoria de conta-gotas, de formação de papagaio, de coisa nenhuma, sabedores do saber descartável, de memorização de uma memória estéril. Realidade da mídia que não nos pertence, na qual nem sabemos sequer o caminho da cidadania, da participação política pública e privada, na qual o poder sempre nos é alheio, na qual nossa identidade nos é dita por outrem, num tubo de televisão, sobre nossos destinos, que parecem pertencer ao mundo divino.

E aquele saber da Escolinha do Professor Raimundo significa: decoreba, informação desconexa, redução da imagem do educador. Ele nega a possibilidade de pensar como produção e criação, não questiona; saber, só o que vem de fora, embalado; o aluno não tem controle, tem total ausência do poder; palhaços de nós mesmos, malabaristas de circo de nossa desgraça.

A matéria que nos é passada na ortodoxia fina de uma cultura passa a ser um fardo, não revela interesses sociais em conflito, há um sofrimento inútil para se fazer de conta que se é sábio. Uma matéria que se decora em véspera de prova. O saber da ignorância se mostra nos conteúdos repetidos; um saber que nada tem a ver com a ética, vulgarizando a crítica.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maristela Maffei, na nossa Comissão de Educação, Cultura e Esportes estamos vendo uma data, sugerimos terça-feira, dia 6 de dezembro, às 15h, para recebermos a comunidade e V. Exª também. Já temos de ter uma Reunião extraordinária à tarde (Palmas.), então vamos pedir a sua presença e a da comunidade para fazer esse encaminhamento com a Verª Manuela d'Ávila, a Verª Neuza Canabarro, o Ver. Sebastião Melo e a Verª Sofia Cavedon.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Ver. Adeli Sell, eu tinha certeza de que não iria ser outro o procedimento de Vossa Excelência.

 

A Sra. Manuela d'Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maristela, gostaria de parabenizá-la por estar tocando nesse assunto hoje. Quero lhe informar - havia esquecido de fazê-lo anteriormente - que a Diretoria da ATEMPA pediu que fossem comunicados todos os Vereadores de que na quarta-feira, no CPERS, ela estará fazendo uma reunião com os professores, com os estudantes e com as Direções das escolas que estão enfrentando esse problema, para também tratar isso a partir da disposição que os professores têm de manter os espaços abertos e as aulas funcionando. Parabéns. (Palmas.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Verª Manuela. Para os professores e os alunos do EJA, a nota não pode ser um instrumento de repressão, pois não estimula respostas, num condicionamento com única possibilidade de aceitação. Essa escola não aceita a neutralidade que mascara as relações de poder. A relação dessas pessoas é de ação e criação, liberdade e justiça. Ver. Aldacir Oliboni, essas pessoas aqui estão porque compreendem e acreditam que palavra significa debate e que, na discussão dos problemas, se pode resolvê-los; estão aqui, Ver. Oliboni, porque acreditam que, além daquilo que nós conquistamos, eles também lutam para incluir outros; estão aqui, Ver. Haroldo de Souza, porque a leitura da palavra os encoraja a ler a si mesmo, ler o mundo como uma obra aberta, como uma porta aberta, como esta Casa os está recepcionando. Perder essa conquista seria reduzir significativamente uma contínua criação humana. Perder essa conquista, Verª Clênia Maranhão, é deixar de acumular conhecimentos dados, deixar de participar ativamente da criação do saber. Nós estamos falando da maioria da população desta Cidade, da história de mulheres e homens oprimidos, daqueles que conseguiram, com as suas mãos, com as suas mentes, acesso aos direitos básicos da cidadania.

Por isso, senhoras e senhores, Verª Clênia Maranhão, Líder da Bancada do Governo, quero dizer e repetir aqui o que falei na segunda-feira para o Secretário Busatto: nós não estamos querendo um confronto, mas nós vamos marchar e, com certeza, aqui, Verª Neuza Canabarro, nós teremos mais pessoas para nos ajudar nessa luta, para que possamos, lá, discutindo com a Secretária, resolver a questão, sensibilizando-a com a necessidade.

Sempre digo que, em questões de direito, não pode haver disputa ideológica. Nós podemos ter disputa de conceito de como aplicar. Agora, reduzir o que foi conquistado por essas pessoas não é possível. Eu não acredito que a Secretaria de Educação possa chegar a um momento como esse, seria um luto muito grande para a humanidade, para o desenvolvimento do ser humano em seu todo. Por isso, eu tenho certeza de que a Verª Clênia Maranhão, uma pessoa de alto grau intelectual, de alto grau de sensibilidade, como mulher, como educadora, como defensora dos Direitos Humanos, vai estar junto conosco, na terça-feira, para quebrarmos esse paradigma, essa barreira, e nós, com certeza, vamos continuar com a Lomba do Pinheiro e com toda a Cidade, incluindo, cada vez mais, os nossos verdadeiros trabalhadores e trabalhadoras da nossa Porto Alegre. Muito obrigada, e vamos à luta. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Obrigado, Verª Maristela Maffei. Também queremos agradecer ao Ver. Adeli Sell, que se prontifica, por intermédio da CECE, a receber a comunidade. Esperamos, então, que essa discussão possa chegar a um bom desfecho na próxima terça-feira, dia 6.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Grande Expediente.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Aldacir Oliboni, nosso amigo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que aqui estão presentes, quero aproveitar este espaço do Grande Expediente para fazer uma comunicação a respeito minha participação no Dia da Consciência Negra, no Estado de Alagoas, na cidade de União do Palmares, onde nós tivemos a oportunidade de comparecer, acompanhando o Deputado Federal Alceu Collares, que recebeu a mais alta comenda de Alagoas, que é a Grã-Cruz, pela sua trajetória como negro. Tivemos mais uma meia dúzia de homenageados, todos eles Desembargadores, ou seja, negros que conseguiram a ascensão social.

Nós nos sentimos emocionados ao subir os nove quilômetros que levam até o local do Quilombo dos Palmares, onde mais de trinta mil negros viveram e tiveram uma experiência de verdadeira república, aqueles negros que se refugiaram após a sua libertação para criar uma nação e acabaram sendo exterminados. E aí, Verª Margarete Moraes, uma manchete nos trouxe o profundo sentimento de que não estamos sendo competentes para atender à população negra. No mesmo dia, o jornal Cidades, de Alagoas, de Maceió, teve como manchete: “Alagoas trata mal a população negra”. A pesquisa revelou que Traipu e Canapi estão entre os cinco Municípios brasileiros que tratam pior os afro-brasileiros. A população afro-brasileira não teve o que comemorar naquele Dia - é o que dizem as instituições ligadas ao negro -, pois justamente esse Estado, que é o berço do herói Zumbi, líder do mais importante foco de resistência à escravidão no País, figura entre os que oferecem a pior qualidade de vida à população de raça negra, segundo pesquisa divulgada pelo economista Marcelo Paixão. Para a Secretária Estadual das Minorias, Patrícia Mourão, o preconceito vivido pelos afro-brasileiros é cultural e atinge todo o País. Infelizmente, esse é o retrato do nosso País, não é um fenômeno exclusivo de Alagoas, é algo que acontece por questões históricas.

Naquele dia, nós vimos que 90% da população é pobre e negra. Tivemos um grande desfile, Ver. Dr. Raul, de escolas e mais escolas, de crianças, e eu procurava um branco e enxerguei uma menina clarinha, de olhos azuis, os outros ou eram bem pretinhos ou mulatos, mas todos de raça negra.

E aí, Verª Manuela, nós pensamos: “Com tanta coisa, num País tão rico, há 25 famílias dos quilombolas passando fome! Bem ali!” Naquele momento, o Governador, que já havia tomado as providências necessárias, prometeu que, no próximo ano, haverá um memorial a Zumbi, ao mesmo tempo em que as instituições ligadas aos negros pedem, no mínimo, respeito e alimentação.

Há um compromisso da Secretária e do Governador Ronaldo Lessa, do nosso Partido, o PDT, que tem, no seu programa partidário, a priorização do negro e da mulher. Nós sabemos que essa luta, de mais de trinta anos, ainda tem muito, muito que andar. Por que razão? Porque - nós sabemos - o mercado de trabalho ainda é machista. Por exemplo, numa mesma função, o salário de uma mulher branca é 80% do que recebe um homem branco; um homem negro recebe 60%, e uma mulher negra recebe abaixo de 50% do salário do homem branco para a mesma função, para a mesma competência.

Nós, que participamos, sentimos de perto, sabemos que o Rio Grande do Sul tem uma história, uma bagagem, uma experiência, principalmente, Ver. Mario Fraga, de um Governo que priorizou as minorias, e, para isso, para reverter a situação do negro, eu acredito, Ver. Todeschini, só com o nosso CIEP, com a escola de turno integral. Quando neste momento se fala que não haverá vagas nas escolas municipais se tivermos que atender às crianças de seis anos, eu diria que há vagas! Há vagas para todas as crianças, sem a necessidade sequer de ampliar uma sala de aula a mais! Há vagas para essas crianças, porque a média, por sala de aula, é de 24 alunos, quando se pode, perfeitamente, chegar a trinta. E nessas escolas, num universo de 48 salas, se nós pegarmos seis alunos por sala, dá para absorver toda a demanda de cada comunidade. Nós sabemos que a estrutura dos CIEPs suporta o turno integral imediato. Por quê? Porque foram criados para isso, é uma questão apenas de administração do espaço físico da escola.

Então, nós deixamos aqui o registro de um Partido que tem experiência, que sabe que apenas através da educação nós podemos dar a todos o mínimo que o ser humano exige: respeito, dignidade e não deixar que passem fome, porque a fome é uma coisa terrível, e ver aquelas crianças magrinhas, a pele sem brilho, de quem está subnutrido, realmente nos faz muito mal. Quando chegamos lá, Ver. Nereu, parecia que vivíamos em outro País. Isso que estávamos lá em dia de festa, onde só se tinha o melhor, as pessoas estavam ali vibrando, porque o nosso povo, mesmo com fome, é um povo alegre, é um povo feliz e estava festejando o seu grande herói, Zumbi dos Palmares.

Então, foi com profunda emoção que eu participei dessa solenidade em Alagoas. Não conhecia o local, é uma coisa maravilhosa ver a Serra da Barriga - lá onde eles se localizavam, são nove quilômetros morro acima, muito difícil de escalar -, podíamos, então, imaginar como se sentiam para poder resistir. Muito obrigada pelo espaço. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Tempo Especial.

 

O SR. NILO SANTOS: Exmo Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nesta Sessão, estar aqui hoje representa algo muito especial na minha vida. Hoje venho a esta Câmara representando um grupo de pessoas que me confiaram o seu voto, optaram pelo meu nome para que eu pudesse representá-las. Eu sou grato a Deus por isso estar-se concretizando, sou grato ao meu Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro, àqueles que disputaram juntamente comigo, àqueles que se elegeram e àqueles que não conseguiram se eleger também, porque me proporcionaram este momento, que é especial para todos aqueles que militam na vida política.

Agradeço a Deus, também, a oportunidade de poder ter passado pela FASC, passagem da qual eu me orgulho muito por ter feito o melhor que podia fazer. Agradeço a todas as pessoas que se têm manifestado como líderes comunitários, que têm expressado o seu desejo de mudança, de crescimento em Porto Alegre, e a essas pessoas hoje eu quero transmitir o meu carinho, o meu respeito, bem como a estes Vereadores, que estão desde o início do mandato. Era um desejo meu poder estar aqui, mas, como fiquei na suplência, não pude assumir no dia primeiro. A todos esses que desde o dia primeiro estão trabalhando em favor da nossa Cidade, eu quero, neste momento, transmitir também o meu carinho, o meu respeito, independentemente de Partido. Porto Alegre, hoje, tem ainda muitas dificuldades e sérios problemas que serão resolvidos com o passar do tempo. Eu tenho certeza de que os venceremos, por meio do trabalho de cada Vereador, de cada Secretário deste Município, do nosso Prefeito José Fogaça também, o qual eu quero aproveitar, nesta minha primeira manifestação, para saudar, um homem que eu aprendi a conhecer e admirar pelo seu caráter, pela sua forma simples de ser e de proceder.

Uma saudação especial aos meus vizinhos - Ver. Todeschini, Ver. Comassetto, Ver. Ervino Besson, Ver. Mario Fraga -, transmito a eles o meu carinho. Que Deus abençoe todos vocês, espero poder contribuir com cada um dos Vereadores para que Porto Alegre continue se desenvolvendo cada vez mais. Eu me coloco à disposição para discutir idéias, para discutir o crescimento desta Cidade. Faço uma saudação especial ao Líder da nossa Bancada, Ver. Maurício Dziedricki. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TV Câmara, demais pessoas presentes neste recinto. Faço uma saudação especial ao Ver. Nilo Santos, é muito bom tê-lo aqui, Vereador, nós que nos encontramos tantas vezes, que fazemos parte da mesma região, não temos horário para trabalhar, para buscar o voto, todos sabemos o quanto isso é difícil. Lembro quando estive pela primeira vez aqui nesta Casa, a gente sabe o quanto é emocionante. Tenho certeza de que todos estes Vereadores que V. Exª citou ficaram contentes, assim como os outros também, tenho certeza, ficaram contente com a sua presença aqui, em especial nós, da Zona Sul, que conhecemos tão bem o seu trabalho na luta da comunidade. Seja bem-vindo, Ver. Nilo Santos!

Outro assunto que trago hoje, para a nossa satisfação, do PDT, e de toda a comunidade da região da Zona Sul, Ver. Nilo Santos, mais precisamente do Extremo Sul, é sobre a Sessão Solene que a Câmara Municipal de Porto Alegre realizará hoje à noite no Esporte Clube Lajeado, que está comemorando cinqüenta anos de fundação. Um clube social, esportivo chegar nessa data máxima de cinqüenta anos nos tempos em que vivemos é muito difícil. Então, nós, do Extremo Sul, daquela região que é um pouco abandonada pela nossa Cidade, pelos nossos Governos, estamos em festa.

Convidamos todos os Vereadores para comparecerem à Sessão Solene que será realizada hoje à noite no Esporte Clube Lajeado, o que será uma grata satisfação para mim. Logo após, teremos um coquetel. Agradecemos à Mesa Diretora da Casa, na figura do Presidente Elói Guimarães, que tem, há muito tempo, um relacionamento com o Clube, ele não mediu esforços para que pudéssemos realizar a Sessão Solene. Desde já, agradeço a toda a equipe desta Casa, na pessoa da Andréia, Relações Públicas, que já esteve três vezes no Clube, para fazer os preparativos da Sessão de hoje. Estão todos convidados, e fica a nossa homenagem ao Esporte Clube Lajeado pelos seus cinqüenta anos. Hoje teremos muito a comemorar.

Saindo do assunto esporte, Ver. Brasinha, damos os parabéns ao pessoal que organizou este ano, em cima da hora, a Festa do Pêssego, que encerrou no último domingo, às 21horas. O Ver. Nilo, também da região, sabe o quanto é difícil fazer uma festa. Deixo, de público, os meus parabéns ao Presidente Wilson Estivalete e à sua esposa, pela luta do último mês, pelo trabalho, encerrando a Festa do Pêssego no próximo sábado com jantar dançante no salão da Igreja da Vila Nova. Este ano passaram por lá 58 mil pessoas, e foram vendidas oitenta toneladas de pêssego. Apesar da crise do início, agradecemos pelo sucesso do encerramento. Ao Presidente Wilson e à equipe, parabéns pela realização da 21a Festa do Pêssego.

E uma nota negativa, pena que o Ver. Sebastião Melo não está agora no plenário, ele está atendendo o Secretário de Gestão: a rainha e as princesas da Festa do Pêssego tentaram, Ver. Brasinha e Ver. Maurício, entrar no Palácio Piratini, queriam apenas tirar uma foto no jardim do Palácio do Governo Germano Rigotto, mas o Governador não estava presente. Por ele não estar presente, não deixaram a rainha e as princesas entrar no Palácio. Também queremos deixar registrado que tentamos, por um mês, uma audiência para que elas pudessem tirar uma foto com o Governador e convidá-lo para a Festa, mas não conseguimos. A única autoridade, no Estado, que nós não conseguimos colocar a rainha e as princesas ao lado foi o Governador. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras, senhores, eu estive ontem lá na Zona Sul de nossa Cidade visitando o Centro de Educação Profissional São João Calábria. Eu fiquei feliz por um lado e triste por outro. Feliz porque, afinal de contas, vi lá uma experiência que já dura 43 anos e que, lutando contra todas as dificuldades, consegue fazer com que seiscentas crianças pobres sejam educadas profissionalmente e tenham um novo horizonte, uma nova perspectiva de luta contra as dificuldades que se interpõem em seus caminhos. Mas fiquei triste porque, afinal de contas, eu vi que o Poder Público, que até 1980 dava subsídios para que aquela obra pudesse continuar existindo, agora, não dá absolutamente nada. O Poder Público está totalmente ausente, tanto o Município, como o Estado e a União. Ninguém dá absolutamente nada para uma iniciativa que é digna de todos os elogios e que faz com que seiscentas crianças possam estar freqüentando os cursos de marcenaria, artes gráficas, serigrafia, mecânica. São muitos cursos que são ministrados lá naquela instituição e que fazem com que essas crianças, realmente, possam ter uma perspectiva de um dia de amanhã melhor.

Uma coisa, meu amigo Dr. Raul, que eu vi e que realmente faz com que nós possamos ficar contentes com o trabalho que está sendo feito lá no Calábria é que 80% dos alunos que freqüentam os cursos do Calábria saem de lá já empregados. Oitenta por centro! Ora, isso não poderia ser copiado aqui por nós ou incentivado por nós? E aí fiquei sabendo de uma notícia: já há algum tempo o Calábria solicitou para o Município que desse uma contribuição em troca de cem vagas, para que cem crianças ou cem adolescentes do nosso Município pudessem estar freqüentando os seus cursos. Até agora o Calábria não recebeu nenhum tipo de resposta. E eu acredito, e não estou culpando nenhum Governo anterior e nem este, que é hora de começarmos a acordar para essa realidade. Hoje a criança precisa do 2º Grau, mas ela precisa de uma profissão, precisa de alguém que diga: “Olha, você vai ter uma base daqui para frente e, independente do que te acontecer, vai ter uma profissão, você vai ser mecânico, você vai ser um gráfico, vai ser um técnico em serigrafia, mas vai ter como sobreviver.” E infelizmente o Município até agora não deu uma resposta para o Calábria, o que eu espero que aconteça com brevidade.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço o aparte Ver. Luiz Braz. Também corroboro com as suas palavras, porque os trabalhos, o desenvolvimento e o grau de inclusão social proporcionados pelo trabalho da Escola do complexo Calábria - que inclusive é na Vila Nova, mas é também em Alvorada, hoje com extensão de trabalhos - é muito, muito grande. E eu recebi a notícia do Governo Federal que foram empenhados quatrocentos mil reais num projeto para as escolas. Isso contou com o nosso apoio, da nossa Bancada, da nossa Bancada Federal. Os recursos estão garantidos, mas não são suficientes; nós precisamos mais, precisamos recursos do Município, do Estado. Mas isso é muito bom, muito positivo; estão assegurados quatrocentos mil reais do Governo Federal neste momento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Olhem que coisa boa, é muito bom saber dessa notícia, porque o Calábria é uma Escola que poderia, tranqüilamente, abrigar mil alunos, atende apenas a seiscentos porque não tem recursos suficientes para acolher mais jovens, que poderiam estar ali, aprendendo uma profissão. São cursos de excelência, não são cursos apenas para fazer com que os adolescentes, os jovens, matem o seu tempo por ali, como acontece em algumas escolas estaduais, infelizmente, porque as nossas escolas dentro do Estado andam com os seus maquinários completamente defasados e não conseguem ensinar à altura. Ali, não; são cursos bem preparados, cursos atualizados e que dão oportunidade para que o jovem possa realmente aprender e ser alguém competitivo dentro do mercado de trabalho.

Então, estamos encaminhando um pedido para o nosso Município a fim de que esse convênio que está sendo tratado, que está sendo tentado pelo pessoal do Calábria junto ao Município, Ver. Ervino Besson - peço a sua ajuda, V. Exª que é um dos grandes batalhadores pelas causas da Zona Sul - seja assinado, porque vai ajudar cem jovens em nosso Município, vai ajudar o Calábria a continuar tocando a sua obra, que, realmente, merece todos os nossos aplausos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Exmo Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha nas galerias da Câmara e através do Canal 16 da TVCâmara, eu venho registrar aqui o acompanhamento que fiz, em missão oficial desta Casa, a um Seminário sobre geração de emprego e renda, realizado pelo CONCAV, com os jovens da Zona Sul da nossa Cidade. O Seminário trouxe à luz o tema da dificuldade do acesso ao emprego, tratou das oportunidades de trabalho a esses jovens de 16 a 24 anos que são, hoje, contemplados pelos programas de inclusão social, pelos programas de Primeiro Emprego, por inúmeras ações que necessariamente devem ter um cunho de responsabilidade do Estado.

Na Folha de São Paulo do dia de ontem, quarta-feira, 23 de novembro, vêm, no Caderno de Tendências e Debates, as políticas públicas para a juventude, um texto escrito por Milú Villela, uma representante do Instituto Brasil em Movimento. Ela retrata o tema proposto pela ONU no seu Relatório Mundial e aponta as dificuldades de estar jovem numa sociedade globalizada e urbanizada. As faltas e carências que passam são evidentes. São evidentes porque mais do que nunca nós vivemos numa sociedade que exige um alto padrão de capacidade, no entanto os investimentos na educação não primam pelo mesmo retorno.

Na segunda-feira última, o Coordenador do Programa Primeiro Emprego do Estado, companheiro Nilo Peixoto, registrou as ações e as etapas que vêm tendo a Fundação Gaúcha do Trabalho no que diz respeito à inserção dos jovens no mercado, atendendo a todas as demandas do Governo Federal através do Ministério do Trabalho e do Emprego. O que nós precisamos ressaltar são alguns dados impressionantes na esfera mundial, Ver. Luiz Braz, que apontam a existência de 1 bilhão e 200 milhões de jovens no mundo. Duzentos milhões de jovens sobrevivem com menos de um dólar por dia. Dez milhões possuem AIDS. E esse dado é mais impressionante porque metade das pessoas de 15 a 24 anos dessa categoria já respondem pelo número de pacientes de cidadãos infectados pelo HIV. Ou seja, está paralelamente relacionado à falta de educação, à falta de oportunidade e também às baixas condições da Saúde Pública.

E Milú Villela registra em seu texto um dos compromissos que nós devemos ter aqui enquanto agentes políticos: o jovem é a solução e não o problema, é investimento e não despesa, é ativo e não dívida social, é protagonista e não coadjuvante. Essa é uma linha de raciocínio dessa perspicaz cientista que aponta justamente as realidades, as dificuldades, buscando fazer com que tenhamos o compromisso de incentivar, de dar oportunidade a esses jovens. Quantos são os talentos que não estão sendo descobertos por falta de oportunidade? Quantos são os talentos, não só esses do futebol e da música, que deixam de compartilhar grandes inventos, novas formas de ocupação e de renda, novas formas de investimento intelectual?

Dessa forma retrata aqui a situação do Brasil, na qual 46% dos jovens não têm emprego, somando-se inúmeras filas na busca por uma oportunidade. Um milhão e seiscentos mil jovens hoje estão procurando os seus empregos e não os encontram; sete entre cada dez jovens não conseguem uma oportunidade no mercado de trabalho porque não têm qualificação. É necessário investir cada vez mais na capacidade, através do nosso Poder Público, de gerir ações positivas junto ao terceiro setor, às empresas com responsabilidade social, e foi palco do Prêmio Responsabilidade Social uma dessas temáticas: o investimento no jovem.

É hora de a Câmara de Porto Alegre, através de seus Vereadores, através da Secretaria Municipal da Juventude, do Estatuto, recém-aprovado, da Juventude... Que tenhamos vistas a atender a realidade fática, fenomênica, que coloca os jovens fora do mercado de trabalho, fazendo deles as maiores vítimas das armas de fogo, da drogadição, da morte, do acidente de trânsito, fazendo eles vítimas da exclusão. É motivo, sim, de preocupação o relatório da ONU. Mas é motivo ainda maior para nos debruçarmos sobre esses grandes problemas e propormos em Porto Alegre a inclusão social do jovem através, sim, do emprego.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Neuza Canabarro.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos. Primeiramente eu quero agradecer à minha querida colega Verª Neuza Canabarro, que me cedeu o seu tempo no período de Comunicações. Muito obrigado, Vereadora.

Quero saudar aqui o meu amigo, meu vizinho, Nilo Santos, que assume no dia de hoje. Vereador, este é o início de uma caminhada, seja bem-vindo à Casa do Povo. É um prazer ter V. Exª aqui com a gente.

Ver. Luiz Braz, eu quero fazer minhas as suas palavras a respeito do Calábria. Vossa Excelência sabe que há 45 anos eu tive a oportunidade e a graça, juntamente com o falecido Cônego Paulo de Nadal, de buscar no Aeroporto o fundador da entidade, o Padre Gino. Portanto, sem dúvida nenhuma, parabéns pelo seu pronunciamento, acho que o Calábria merece o reconhecimento, acho que todos os Vereadores devem se envolver nessa questão, para que os órgãos públicos tenham consciência do que representa à sociedade os Pobres Servos da Divina Providência.

Também gostaria de falar neste meu pronunciamento a respeito da Festa do Pêssego, que se encerrou no último fim de semana. Primeiramente, quero parabenizar os nossos produtores. A Festa do Pêssego acontece porque nós temos produtores. Graças a Deus, nós temos ainda um grupo de heróis produtores, Ver. Mario Fraga, que também se pronunciou a respeito do evento. Os Vereadores Todeschini e Comassetto estiveram presentes na abertura da Festa.

O nosso clima prejudicou a produção de algumas variedades de pêssego, mas estavam lá os nossos produtores, participando da 21ª Festa do Pêssego. Saudamos também o Sr. Wilson Estivalete, Presidente da Associação dos Moradores da Vila Nova, e sua esposa Raquel, que fizeram um brilhante trabalho.

Parabenizo também o Secretário Cecchim, da SMIC, que cumpriu o seu papel, participando da Festa e dando o seu apoio; a Emater, que está do lado do produtor, através do Sr. Luís Otávio. Fiquei sabendo hoje, Vereador, que V. Exª faz parte do quadro da Emater, é muito bom saber disso. Foi um belo debate que nós tivemos, há pouco, na Pampa. Saudamos ainda o Sindicato Rural, que também participou; o Antônio Bertaco; o nosso Banrisul, sempre colaborando; a Levy Eventos, que fez uma parceria muito positiva com a comunidade; e a nossa gloriosa Brigada Militar, sempre dando aquela segurança que o povo necessita. Portanto, fica aqui o nosso reconhecimento e o nosso fraternal agradecimento a todas entidades que colaboraram com a Festa e também à comunidade. Milhares de pessoas estiveram presentes nesses três finais de semana, comprando os produtos e incentivando os produtores.

Quero parabenizar também o Elton Fraga, irmão do Ver. Mario Fraga, que é um excelente colaborador, juntamente com a sua filha, que foi a rainha da Festa do Pêssego. Eles cumpriram um relevante trabalho juntamente com a princesa Tássia e a Andréa, um brilhante trabalho. Fica aqui o nosso agradecimento e reconhecimento.

Para encerrar, vi que o Ver. Mario Fraga estava um pouco indignado com o nosso Governador, acho que houve uma falha, de repente a assessoria não conseguiu entender em abrir o Palácio. O Palácio é nosso, é do povo, e isso seria, sem dúvida nenhuma, propaganda para o Governo do Estado. O Governador não estava, mas porque sua assessoria não recebeu as rainhas que estavam levando um convite? Lamento profundamente.

Aproveito a oportunidade e convido os Vereadores e as Vereadoras para, no próximo sábado, comparecerem ao jantar e baile de encerramento da Festa no Salão Paroquial da Vila Nova, onde estaremos colaborando e contaremos também com a presença do Prefeito Municipal. Muito obrigado pela atenção de todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sr Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu fiz questão de subir a esta tribuna para dizer que amanhã inicia - teremos o apoio das Vereadoras e, com certeza, o apoio dos Vereadores desta Casa - a Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim de violência de gênero, que vai de 25 novembro a 10 de dezembro. Nós vivemos em um País onde, infelizmente, a forma como as mulheres são tratadas, não apenas no aspecto físico, mas econômico, psicológico e social, ainda se apresenta como um fator muito grave. Todos nós estamos cansados de saber da violência que as mulheres sofrem no dia-a-dia, basta abrirmos os jornais e veremos que as maiores vítimas não estão fora de casa, mas dentro de casa. Todos nós também sabemos que a violência psíquica, Verª Mônica Leal, é uma das mais graves que existem em relação à mulher.

Estava lendo o jornal Zero Hora de hoje e fiquei bastante estarrecida, pois, apesar de ser uma mulher de classe média alta, de profissão definida, a cantora Daniela Mercury foi vetada pelo Vaticano. Essa cantora brasileira de grande expressão nacional foi vetada porque participou, no passado, Verª Clênia Maranhão, de vários atos de conscientização das mulheres, dos homens e dos jovens em relação a um sério problema que enfrentamos, e aqui temos vários médicos: a questão do HIV. Para mim não é surpresa - eu sou católica, mas fui criada dentro de uma orientação ligada à Teologia da Libertação -, eu sabia que, ao ser anunciado o nome do novo Papa, os direitos humanos também iriam, cada vez mais, sofrer um processo descendente. Não há dúvida disso. Aqui está, todo o Brasil está vendo, e com certeza há repúdio de todos nós, brasileiros e brasileiras, quando temos praticamente um decreto, uma violência contra uma mulher brasileira que, pela sua forma de vestir, forma de atuar e por ter feito esse tipo de campanha do ano passado, agora sofre uma discriminação bárbara! Bárbara! É claro que não estou me referindo a essa violência, mas essa também é mais uma violência.

E nós não podemos ficar neutros, temos que nos posicionar, porque a maioria dos casos de violência, a violência mais séria ocorre justamente com as mulheres mais empobrecidas. Essas mulheres, em especial as donas-de-casa, sofrem dentro de casa, nos seus lares com o preconceito, com a falta de possibilidade.

Nós vivemos numa sociedade de consumo, e, quando é o consumo o fator mais importante, isso passa a ser massificado na orientação, na filosofia da sociedade como se a pessoa depois de uma determinada idade não tivesse mais valor. Hoje nós vemos essa violência estampada nos filmes que os nossos filhos assistem na televisão; hoje nós vemos a repercussão disso nas escolas. Nós, mulheres, somos a maioria e, muitas vezes, mesmo no Parlamento, sofremos discriminação. Eu sempre digo que, quando os homens chegam, muitas vezes, às vias de fato, alguns devem considerar um charme quando batem na mesa, infelizmente; agora, nós, mulheres, quando tomamos posição, aí geralmente somos vistas de outra forma. Mas nem por isso vamos desistir da nossa luta, de darmos visibilidade; não que isso nos orgulhe, porque, na verdade, essa forma violenta que as mulheres sofrem na sociedade, infelizmente, ainda hoje vem de uma sociedade contemporânea, infelizmente ainda com o viés de barbárie.

Portanto, estou fazendo aqui, senhoras e senhores, um registro de que amanhã será o Dia Internacional da Não-violência contras as Mulheres, um dia contra a discriminação, contra a violência, contra o sexismo, enfim, uma luta de todas nós, mulheres, mas com o apoio de todos os homens democráticos, que acreditam numa sociedade civilizada e que rejeitam, repugnam toda a barbárie que a nossa sociedade possa sofrer.

Viva a luta das mulheres! Viva a todos aqueles seres humanos que, junto conosco, lutam pela igualdade de direitos! Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos aqueles que nos assistem, em primeiro lugar, agradeço ao Ver. Sebastião Melo pela cessão do seu tempo. Vou tocar num assunto que é de meu interesse e de interesse de toda comunidade, que é o meu envolvimento, há muitos anos, com a Saúde Pública na área de planejamento familiar. Eu gostaria de iniciar citando o nome do Dr. Sérgio Lomando e seu pai, que já foi há trinta anos Secretário de Saúde do Município e que já tinha um programa nessa linha.

Trabalhar em cima do planejamento familiar é uma cobrança diária, é uma visão diária nos consultórios médicos de quem atende pelo SUS. Nós precisamos, em Porto Alegre, realmente, colocar uma estrutura que dê suporte à população mais carente para que ela tenha acesso à orientação, aos procedimentos necessários, enfim, acesso a todos os procedimentos que vão desde palestras, orientações, assistência social até os procedimentos necessários para quem quer ter uma família com um mínimo de dignidade.

Nós sabemos que o planejamento familiar é um direito humano fundamental e que dele depende o equilíbrio da família. Nós temos que ter uma família com dignidade, com um número de filhos condizente para o bom provimento desses filhos. Então, eu gostaria de dizer que é muito importante esse nosso envolvimento.

Eu vejo com satisfação aqui a Verª Mônica Leal, sei que ela também é uma pessoa muito preocupada com essa área.

 

A Srª Mônica Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Raul, quero cumprimentar V. Exª por sua fala e registrar que considero tão importante o planejamento familiar nos dias de hoje, que eu também entrei com um Projeto para inseri-lo no currículo escolar, com o objetivo de preparar o ser humano no seu todo. Nós vivemos, hoje em dia, um grave problema que é a falta de informação dessas crianças no que diz respeito à necessidade de elas saberem o que se requer para ter um filho, como moradia, saúde, momento adequado. Então, quero cumprimentar V. Exª e vejo como muito importante a sua manifestação.

 

O SR. DR. RAUL: Muito obrigado.

Dando seqüência, nós precisamos que as famílias tenham qualidade de vida, e essa qualidade tem sido perdida em muitos casos. O que é que acontece? Abortos desnecessários, menores carentes sem ter de onde tirar a sua sobrevivência. E para toda essa questão tem de haver um enfrentamento sério da sociedade, e eu acredito que isso deva ser feito em nível nacional, estadual e municipal. Enquanto estivermos trabalhando neste Parlamento, temos a obrigação de fazer com que a nossa Cidade dê um exemplo nessa área, quem sabe, para todo os Brasil, para que as pessoas realmente tenham essa condição.

Não é possível - como temos na literatura - que uma mulher de alta renda tenha 1,1% de taxa de fecundidade, enquanto que aquelas que têm menos de cinqüenta reais como renda familiar tenham 5,3%. Então, isso é uma coisa que foge a qualquer bom senso, foge à vontade das próprias pessoas, foge à vontade do ser humano. Está no Poder Público a força necessária para que sejam tomadas as atitudes que venham a trazer o benefício social delas decorrentes. Não é possível passarmos nos postos de saúde, atendermos no dia-a-dia e vermos, muitas vezes, aquele empurra para cá, empurra para lá, e as coisas não se resolvem. O dia-a-dia, agora, até tem melhorado um pouco nessa área, mas é muito pouco em relação ao que a nossa comunidade realmente precisa.

Eu acredito que há uma necessidade de educação e assistencialismo permanente nessa área. E esse atendimento é um atendimento que deve ser oferecido e nunca imposto. O problema é que as pessoas procuram e não encontram essa oferta de uma maneira clara e acessível. Nós sabemos da carência de grande parte da nossa população e sabemos o quanto ajudaria termos um centro de referência, um Centro de Planejamento Familiar em Porto Alegre.

Para concluir, eu queria deixar registrada esta frase: não existe, realmente, nem Educação, nem Saúde e muito menos Segurança - que é um problema que aflige a todos no momento - sem planejamento familiar. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Sofia Cavedon.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer à minha companheira Verª Sofia Cavedon pela cedência do tempo neste período de Comunicações.

Em segundo lugar, eu quero fazer uma saudação ao Ver. Nilo Santos por estar aqui conosco, V. Exª toma posse como Vereador desta Casa. Nós, Vereadores, estamos extremamente preocupados com várias denúncias divulgadas em jornais a respeito da sua gestão na FASC. Inclusive, tivemos uma Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos, e V. Exª foi convidado para essa Audiência, mas, lamentavelmente, não compareceu. Talvez tenha ocorrido algum equívoco de assessoria, e eles não conseguiram localizá-lo. Nós, Vereadores, preocupados com essas questões, gostaríamos de ter tido a oportunidade - ainda queremos ter essa oportunidade - de ouvir a sua explicação pessoal a respeito da sua gestão, das irregularidades cometidas na FASC, segundo matérias de jornais.

Nós aqui não queremos, de forma alguma, emitir qualquer juízo ou pré-conceitos em relação à sua gestão na FASC, como outrora, por diversas vezes, Vereadores desta Casa faziam com os Secretários da Frente Popular. Eles cometiam a indelicadeza de pré-julgar os Secretários Municipais sem dar-lhes o direito à resposta, sem dar-lhes o direito de vir a esta Casa se explicar. Na Comissão de Direitos Humanos, temos tratado sobre esse assunto e ainda queremos ter a oportunidade de ouvi-lo, porque estamos muito preocupados com a temerária gestão que foi a sua participação na Fundação de Assistência Social e Cidadania do Município.

 

A Srª Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigada. Quero agradecer à nossa querida companheira Verª Maria Celeste e cumprimentá-la por todo o trabalho que vem fazendo ao longo da sua vida pela Assistência Social, pela criança, pelo adolescente, desde a condição de Conselheira Tutelar. Eu tenho a honra de acompanhá-la na Comissão de Direitos Humanos e também quero dizer ao Sr. Nilo Santos que o senhor é muito bem-vindo nesta Casa, na condição de Vereador hoje, mas nós queríamos aproveitar exatamente este momento para convidá-lo a comparecer na próxima terça-feira, às 14h, na CEDECONDH, para que possamos ouvi-lo e não cometer as injustiças como as que o nosso Governo muitas vezes sofreu precisamente aqui nesta Casa. Existem questões graves que só a sua palavra pode-nos elucidar. Parabéns, Ver. Maria Celeste.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Verª Margarete.

 

O Sr. Maurício Dziedricki: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, venho ao microfone de apartes justamente para colaborar com o seu pronunciamento, dizendo que nós temos como vocação ...

 

A SRA. MARIA CELESTE: Como tem sido, Vereador, a sua participação na Comissão.

 

O Sr. Maurício Dziedricki: Muito obrigado, agradeço-lhe. Temos como vocação buscar esclarecer todos os fatos, principalmente esses que acercam a Assistência Social do nosso Município. Há de se ter uma preocupação ainda maior com relação a tudo o que foi desempenhado, porque o problema é latente, está nas esquinas, está nos viadutos, está na nossa Cidade. Tenho certeza de que o hoje Ver. Nilo Santos terá oportunidade de esclarecer sem qualquer pré-julgamento, sem qualquer forma de preconceito. Que tenhamos vocação de buscar tudo aquilo que já foi apontado, inclusive o que foi levantado pela mídia e que não teve um retorno, como o caso de locação, como o caso de contratos irregulares, contratos não-determinados, de CCs, porque isso necessariamente mostra a transparência do nosso Governo. Tenho certeza de que tanto a oposição quanto a base governista têm uma vocação de buscar transparência, objetivando mais do que nunca o bom atendimento, a licitude de todos os atos e a atenção específica à Assistência Social na nossa Cidade.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Agradeço, Ver. Maurício. Na condição de Vice-Presidente da Comissão, tendo em vista que o Ver. Maurício participa da Comissão, tomo a liberdade de consultar o nosso Presidente para saber se essa audiência pode ser marcada para terça-feira, se é possível, se temos agenda. Isso para que o Ver. Nilo Santos, então, compareça à Comissão e possa, de fato, dar o seu parecer, a sua explicação sobre as diversas irregularidades apontadas, como as que Ver. Maurício colocou: contratação irregular de CCs, irregularidades quanto à questão do aluguel, locação de um imóvel lá no Belém, que já foi motivo e pauta de audiência - lamentavelmente, naquela Reunião, contamos só com a presença da Presidente Isabel, faltou a fala do interlocutor que agiu naquele momento sobre essa questão. E nós ficamos muito preocupados, porque, na Comissão, havia uma fala de que houve, de fato, uma situação não-planejada, uma situação de descompasso na Fundação de Assistência Social do Município. Gostaríamos, então, de poder esclarecer esses episódios imediatamente, porque todos nós teremos a ganhar e a contribuir com a Cidade, não só a própria Fundação, mas, certamente, a Câmara de Vereadores, que estará cumprindo o seu papel fiscalizador, atuando em todas as questões de denúncias colocadas na cidade de Porto Alegre. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; demais Vereadores e Vereadoras, todos que nos acompanham no dia de hoje aqui e também nas suas casas através da TVCâmara, em primeiro lugar gostaríamos de dizer que na próxima semana - e o faço hoje porque já na segunda-feira à tarde deverei estar viajando - nós teremos a realização da 2ª Conferência Nacional das Cidades, do dia 30 de novembro até o dia 3 de dezembro, com o lema “Reforma Urbana: Cidade para Todos”, que se realizará no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Pela Bancada dos Vereadores do Rio Grande do Sul desta Casa, estarei eu, como Delegado, e o Ver. Carlos Comassetto nesse grande encontro nacional, e há a previsão da presença de mais de 2.600 delegados. Deveremos tratar sobre o Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano e definir uma política nacional de desenvolvimento urbano a partir de quatro grandes temas: questão federativa, política urbana regional e metropolitana, financiamento e desenvolvimento urbano.

A segunda questão a que queria me referir, usando o tempo de Liderança - e que é causa de alegria para todos nós -, é que a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, no dia 23 de novembro, deliberou anistia ao ex-dirigente João Amazonas - in memoriam - e à sua esposa, a artista plástica Edíria Carneiro Amazonas; ao ex-médico e ex-Deputado Federal do PCdoB por Minas Gerais, José Luiz Guedes; à Nair Guedes, professora universitária; e a inúmeras lideranças, entre elas Elvira de Souza Gil, de 87 anos, irmã do líder da Revolta de Trombas em Formoso, Goiás; e José Porfírio de Souza. Todos eles foram anistiados pelo reconhecimento da sua luta no nosso País.

Em terceiro lugar, nós queríamos rapidamente referir, Ver. Nereu D'Avila, a campanha que a Federação dos Comerciários do Rio Grande do Sul lançou, que é o cartão “Não ao trabalho aos domingos e feriados”. Esse cartão eu vou passar para os Vereadores que têm uma luta histórica nesta Casa em defesa do direito ao descanso da categoria comerciária aos domingos, essencialmente composta por mulheres. É um cartão dirigido ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo direito ao descanso semanal, ao convívio familiar, ao lazer e à qualidade de vida (Lê.): “Não ao trabalho aos domingos e feriados.” Os comerciários exigem revogação imediata do art. 6º da Lei nº 10.101, que é uma lei do ex-Presidente Fernando Henrique que criou a possibilidade de trabalho no comércio aos domingos, e a supressão da palavra “mercados” do art. 7º do Decreto-Lei nº 27.048. Somos pela retomada do desenvolvimento econômico, com a valorização do trabalho, a favor das 40 horas semanais e da valorização do salário mínimo. Esse cartão está sendo divulgado em todos os locais para os Vereadores e os trabalhadores encaminharem ao Presidente da República pedindo a revogação desse artigo.

A quarta questão que eu queria tratar é que amanhã, dia 25 de novembro, estará realizando-se em todo o Brasil a Marcha dos Sem, e os trabalhadores, lideranças políticas e sociais, Ver. Todeschini, estarão nas ruas. Nós estaremos em Porto Alegre, a partir das 8h, quando estarei me concentrando lá na entrada da Cidade, no monumento ao Laçador. Serão diversas colunas que marcharão pela nossa Cidade defendendo um salário mínimo digno, um reajuste adequado para o próximo salário mínimo, e nós estamos convidando a todos, é uma luta do movimento sindical, dos setores políticos avançados.

E queríamos aproveitar para dizer que o Editorial do Vermelho na Internet, do PCdoB, diz: “Agenda positiva já!”. E o PCdoB faz um chamamento ao Governo Lula para que aproveite o momento atual, que é uma virada de ano, para colocar na ordem do dia uma agenda desenvolvimentista, que diminua os juros neste País, que diminua o superávit primário, que nos últimos nove meses chegou a 6,1%, quando, inclusive, está previsto 4,25%, muito mais do que o previsto no próprio Orçamento.

Nós achamos que é preciso superar a verdadeira subordinação que hoje está se dando ao capital financeiro internacional. É preciso, Ver. Brasinha, que o nosso Governo, o Governo Lula, tenha uma atitude de romper com esses compromissos com o grande capital financeiro, Ver. Todeschini, que nós abramos uma nova fase de investimentos, de empregos, de retomada do crescimento econômico. Nós apoiamos o Governo Lula, mas, ao mesmo tempo, questionamos essa política econômica conservadora mantida pela Fazenda, mantida pelo Banco Central.

E é interessante, Ver. Nereu, o apoio da chamada oposição, que trata de blindar o Palocci, que trata de blindar o Meirelles. Nós queremos dizer que os setores conseqüentes do Governo Lula lutam por uma mudança nessa política econômica e pela retomada do desenvolvimento, e nesse momento a chamada oposição, Verª Neuza Canabarro - não a oposição do PDT, que é uma oposição, digamos assim, pela esquerda, que quer uma retomada do desenvolvimento -, a oposição neoliberal, aprova o Palocci, aprova o Meirelles.

Nós do PCdoB criticamos esse setor do Governo Lula que impede os investimentos de infra-estrutura e de crescimento no ritmo que o Brasil necessita. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Comunicamos que, nesta tarde, a Ver. ª Sofia Cavedon está em representação da Casa no Instituto Goethe. A Verª Maristela Maffei estará representando a Câmara no III Seminário Internacional da Primeira Infância, a realizar-se nos dias 24 e 25 de novembro, às 8h30min, no Salão de Atos da PUCRS. E o Ver. Dr. Goulart e o Ver. Claudio Sebenelo estão representando a Câmara Municipal de Porto Alegre junto ao Ministério da Saúde, em audiência com o Exmo. Sr. Ministro da Saúde, em Brasília.

Apregôo Emenda nº 04 ao Substitutivo nº 02 do PLL nº 108/03, sobre a colocação de obras de artes plásticas nas edificações com área igual ou superior a dois mil metros, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Manuela d’Ávila; Emenda nº 05 ao Substitutivo nº 02 do PLL nº 108/03; Requerimento encabeçado pela Verª Neuza Canabarro, que requer constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o alto índice de afastamento de servidores municipais por biometria.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr. Presidente, em nome da nossa Bancada, encaminho o seguinte Requerimento (Lê.): “Sr. Presidente, considerando que: a) além da função legislativa propriamente dita, cabe a esta Casa a tarefa de fiscalização do Executivo; b) o atual Diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU -, em matéria veiculada no jornal Zero Hora de 22 de novembro de 2005 (cópia anexa), aponta sérias dificuldades financeiras e gerenciais que vêm prejudicando o bom andamento daquele órgão; c) o relatório-diagnóstico apresentado a esta Casa (23-11-2005) merece uma diligente análise técnica para embasar os posicionamentos de seus Edis a respeito do tema; solicitamos, com base no art. 63 do Regimento Interno, a formação de uma Comissão Especial para tratar do assunto, uma vez que a relevância e a excepcionalidade da matéria nos parecem evidentes, justificando plenamente o exercício da prerrogativa parlamentar de utilização do instrumento de fiscalização”.

Esse é o Requerimento que nós formalizamos à Casa. Ele trata da formação de Comissão Especial, dadas as medidas administrativas que o atual Governo toma, que, certamente, necessitarão de leis e de outros encaminhamentos, e nada mais pertinente do que uma Comissão Especial para acompanhar os atos e os desdobramentos relativamente ao nosso Departamento Municipal de Limpeza Urbana.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu recebo o Requerimento de V. Exª sem adentrar no mérito, dado que há um pedido de CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, mas o Requerimento...

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Não, não, de Comissão Especial.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim, V. Exª pede Comissão Especial, mas há um pedido de Comissão de Inquérito na Casa, não posso dizer se sobre a mesma matéria, isso terá de ser devidamente examinado. Mas V. Exª tem plena e total liberdade de requerer para que se examine.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: O.k. Obrigado, Presidente.

 

O SR. MARIO FRAGA (Questão de Ordem): Presidente, esse Requerimento do Vereador não tem de ter doze assinaturas no mínimo?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não, ele faz o Requerimento, ele apenas anuncia o Requerimento; não recebemos o Requerimento.

 

O SR. MARIO FRAGA (Questão de Ordem): Porque o da Verª Neuza pedindo a Comissão possui mais de doze assinaturas.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): É apenas a formulação, ele vai encaminhar o Requerimento. Ele está dando notícia de que entrará com o referido Requerimento, e a Mesa, quando ele entrar, vai recebê-lo para análise.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, tenho um esclarecimento a fazer aqui sobre a sua afirmação. Não se trata de um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito, é um pedido de Comissão Especial para acompanhamento das questões que estão acontecendo; é uma Comissão externa de acompanhamento, não é uma Comissão Parlamentar de Inquérito, há uma diferença, inclusive daquela que a Verª Neuza apresentou ontem. A Vereadora apresentou um outro tipo de instrumento. O que requeremos não é uma Comissão Parlamentar de Inquérito, é uma Comissão Especial de acompanhamento.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Evidentemente, uma vez ingressado o Requerimento, na forma do Regimento - e todos conhecem o Regimento -, há que ter, vamos dizer assim, aquiescência das outras Comissões. É obvio, é obvio!

 

O SR. NEREU D’AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não há nada a ver com CPI, está certo. Naturalmente V. Exª vai receber a devida assessoria da Diretoria Legislativa; é que tem que haver a anuência das Comissões Permanentes da Casa que tratam da mesma matéria, essa é a questão.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Perfeito.

 

O SR. MARIO FRAGA (Questão de Ordem): Vereador, e o art. 63 refere-se à matéria relevante e que esteja sendo discutida na Casa, e nós não temos essa matéria sendo discutida na Casa - art. 63 do nosso Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Bem, nós damos prosseguimento.

 

O SR. NEREU D’AVILA (Requerimento): Sr. Presidente, dada já a polêmica instalada neste momento e tendo em vista essa questão relevante que o Ver. Mario Fraga levantou, eu requereria a V. Exª, até para tranqüilidade da Casa, que esse Requerimento recebesse o Parecer, inclusive, da Procuradoria-Geral da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ouço V. Exª, Verª Maria Celeste.

 

A SRA. MARIA CELESTE: É um Requerimento de esclarecimento, Sr. Presidente. O art. 63 é muito claro (Lê.): “Compete à Comissão Especial examinar e opinar sobre projeto ou matéria considerados pelo Plenário como relevantes ou excepcionais”. Essa matéria foi encaminhada à Câmara Municipal, é objeto da discussão que está sendo feita na Cidade, houve inclusive reunião das lideranças do Governo a respeito desse tema com o Secretário. Nós estamos regimentalmente encaminhando Requerimento para a constituição de uma Comissão Especial devido à excepcionalidade e relevância do tema. Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Bem, eu acho que está claro. Qualquer iniciativa tem de estar assentada nas disposições regimentais da Casa.

A Verª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Valdir Caetano.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, antes de começar a minha fala, eu quero agradecer ao Ver. Valdir Caetano o tempo cedido.

Nos últimos dias, tenho ocupado esta tribuna para falar da minha inconformidade com as pichações que assolam a cidade de Porto Alegre, causando uma aparência desfigurada, com ar de sujeira e desordem. São pichações de bens públicos e privados pela ação de vândalos que estão, pouco a pouco, roubando a história da Capital dos gaúchos. Vemos isso em prédios comerciais e residenciais, paredes, janelas, monumentos, obras de arte, viadutos, postes, abrigos de ônibus e até em pedras do calçamento. O proprietário pinta o muro e, no outro dia, quando ele abre a janela, depara-se com aquele mesmo muro pichado, o que acarreta custos redobrados, além de frustração e aborrecimentos. O custo disso é muito alto para a Prefeitura. Já disse, nesta tribuna, que um funcionário do DMLU custa, por hora, 6 reais e 48 centavos.

O que eu gostaria agora de dizer, diferentemente das outras vezes em que ocupei tribuna, é que fiquei muito satisfeita com a Reunião da COSMAM da última terça-feira, em que estiveram presentes os Vereadores Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Aldacir Oliboni; Presidente da Comissão, Dr. Cláudio Sebenelo; Dr. Goulart. Convocamos para comparecer a esta Reunião a SMED, DMLU, SMAM, SMIC, Secretaria dos Direitos Humanos e Segurança Urbana e Secretaria da Juventude. E foi com muita satisfação que passamos horas debatendo essa questão que preocupa todos os porto-alegrenses.

Chegou-se a algumas conclusões, a alguns encaminhamentos. Eu gostaria de registrar nesta tribuna que a COSMAM vai propor ao Executivo a criação de uma linha disque-pichação, para que a população possa denunciar a ação dos pichadores nas ruas de Porto Alegre. Discutiram-se também os prejuízos causados pelas pichações. A COSMAM vai propor o enfrentamento do vandalismo, dos pichadores por meio de uma força-tarefa formada pelo Legislativo, Executivo Municipal, Brigada Militar e Ministério Público, e também contaremos com a ajuda de taxistas e da população em geral para identificar os autores das pichações e o local.

Será desencadeado um processo educativo nas escolas, no sentido de conscientizar o jovem sobre a importância da preservação do patrimônio público. O Secretário Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, Sr. Kevin Krieger, pediu que a Promotoria Especializada na Defesa do Patrimônio Público, o MP, participe de qualquer grupo de trabalho formado. Registrou que precisamos realizar uma campanha institucional para divulgar a criação da linha disque-pichação e que a sua Secretaria tem o maior interesse em encampar essa proposta.

O Secretário Beto Moesch, Secretário do Meio Ambiente, disse que o problema causado pelas pichações só poderá ser enfrentado com a participação de todos os porto-alegrenses e que até hoje o Poder Público não teve êxito nesse enfrentamento. Um exemplo tão bem colocado pelo Secretário Beto Moesch foi o conhecido pichador Toniolo, que se consagrou, virou famoso, tamanhas as suas pichações pela Cidade.

Eu gostaria de finalizar a minha fala mostrando aos Srs. Vereadores e à imprensa (Mostra foto.) esta estátua do Líder Farroupilha Bento Gonçalves, que foi limpa pela terceira vez em dois anos. Então, eu acredito que todas as falas nesta tribuna, as Reuniões feitas na COSMAM, todas as idéias, todos os debates foram de grande utilidade para a cidade de Porto Alegre. E, como por muitas vezes eu ocupei esta tribuna para expressar a minha indignação, a minha inconformidade a respeito desse assunto, hoje venho fazer um registro da minha satisfação com relação à COSMAM, Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que deu um passo muito importante, representando a Casa do Povo de Porto Alegre. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N. 5927/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 280/05, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Médico Oftalmologista Joaquim José Xavier.

 

PROC. N. 6654/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 301/05, de autoria do Ver. Elias Vidal, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Sylas Souza Silveira.

 

PROC. N. 6765/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 031/05, que altera a Lei  9.329/2003 que institui a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (CIP) e dá outras providências.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N. 4814/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 232/05, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que torna obrigatória, de forma clara e destacada, a divulgação do prazo de validade das mercadorias dos gêneros alimentício, farmacêutico ou higiênico, quando forem objetos de oferta através de promoções.

 

PROC. N. 6368/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 296/05, de autoria dos Vereadores Aldacir Oliboni, Adeli Sell e João Carlos Nedel, que denomina “Passarela da PUCRS” a passarela de pedestres edificada sobre a Avenida Ipiranga, localizada em frente ao número 6681, ligando o Campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul ao Hospital São Lucas, no Bairro Partenon.

 

PROC. N. 6699/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 030/05, que institui Área de Interesse Social na categoria de AEIS I para fins de regularização da ocupação denominada de Chácara das Bananeiras e estabelece regime urbanístico para a mesma.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N. 2528/03 - SUBSTITUTIVO N. 01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que altera a Lei n. 3.607, de 27 de dezembro de  de 1971, e alterações posteriores, que cria e disciplina os Conselhos Municipais, na forma das disposições contidas na Lei Orgânica, e estabelece a composição do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 116/03, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão. Com Emenda n. 01 ao Projeto.

 

PROC. N. 6443/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 298/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que altera o art. 2º da Lei n. 9.456, de 3 de maio de 2004, que dispõe sobre a oficialização da Feira do Gibi de Porto Alegre, acrescentando a expressão no quadrante dois após a expressão no segundo piso.

 

PROC. N. 6539/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 010/05, que estabelece a utilização do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) como indexador da Unidade Financeira Municipal (UFM); altera e inclui dispositivos na Lei Complementar n. 07, de 07 de dezembro de 1973, e alterações; revoga o art. 5º da Lei Complementar n. 212, de 29 de dezembro de  1998; parágrafos 2º a 5º do art. 2º, da Lei Complementar n. 303, de 20 de dezembro de 1993; a Lei Complementar n. 48, de 28 de dezembro de 1979 e o inciso IX do art. 1º da LC 482, de 26 de dezembro de 2002, e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste, hoje quero debater aqui o Projeto de Lei do Executivo Municipal que propõe o aumento de IPTU na cidade de Porto Alegre. Esse Projeto vem na contramão da história republicana. Ele propõe mudar os índices do IGP-M para o IPCA, é um aumento real nos impostos municipais na ordem de 3,9%. Quero justificar, aqui, por que a proposta é equivocada e anti-republicana.

Nós temos uma cruzada nacional, do Município, do Estado e da União, para que não haja um milímetro de aumento nos impostos a serem cobrados. Na história de Porto Alegre, a taxa do Imposto Predial Territorial Urbano está indexada pelo IGP-M, e essa taxa sempre foi maior do que o IPCA, pelo menos nos últimos cinco anos, oito anos. Agora, com a valorização do real e a desvalorização do dólar, fruto de uma política econômica nacional, é lógico que a taxa do IGP-M diminuiu, e o acumulado do dia 1º de janeiro de 2005 até este momento é de 0,8%. Vejam os senhores e as senhoras a diferença nesse mesmo período, do dia 1º de janeiro de 2002 até o mês de outubro de 2005, isso significa 54,34% contra 38,06% do IPCA. Portanto é uma medida oportunista, é uma medida que vem na contramão da história.

Há poucos dias votamos nesta Casa um outro Projeto do Executivo que não pretendia cobrar, mas pagar, que é o Projeto do funcionalismo. No Projeto de Lei que veio para esta Casa não foi definido um indexador para o aumento salarial do funcionalismo público. Poderia, e nós cobramos desta tribuna: “Apresente qualquer um dos índices, de preferência o índice oficial, com que é feita a arrecadação” - portanto o IGP-M.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Comassetto, eu quero dizer a V. Exª que é preciso refletir bem a respeito do Projeto que está sendo apresentado. O Orçamento tem uma proposta indexada no IPCA. Ainda que não se possa colocar o índice IPCA, porque a Constituição não permite, mas está na mensagem do Prefeito, na Proposta Orçamentária, inclusive o IPCA para 2007 e 2008. Agora, o que não pode acontecer é o que aconteceu em 2002, quando a Câmara determinou o IGP-M e tão-somente o IGP-M, e a Prefeitura mudou a área tributável. Isso nós vamos cuidar muito bem. Eu acho que é preciso refletir sobre esse tema.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Ver. João Dib, ajude-me a refletir: está havendo ou não aumento do IPTU real nessa proposta do Governo? Queria ouvir a sua resposta. Está havendo um aumento real do Imposto Predial e Territorial Urbano de 3,9% em relação ao índice atual, e a sociedade tem que debater. Queremos ouvir a sociedade, não dá para votarmos um Projeto como esse, faltando pouco mais de quinze dias para terminar o ano legislativo, se ainda nós estamos fazendo a última discussão. Portanto esse é um Projeto que vem na contramão do momento republicano, porque propõe um aumento nos impostos, e não foi isso que foi afirmado na campanha. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

(Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sr. Secretário Ver. Nereu D’Avila, na pessoa dos integrantes da Mesa, gostaria de cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste pela TVCâmara, público das galerias, senhoras e senhores...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu gostaria de solicitar ao cidadão que faça silêncio, pois há um orador na tribuna.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Venho a esta tribuna no período de Pauta para debater e trazer ao conhecimento da população de Porto Alegre Projeto de minha iniciativa, Projeto que corre sob o nº 232/05, que torna obrigatória, de forma clara e destacada, a divulgação do prazo de validade das mercadorias dos gêneros alimentícios, farmacêuticos ou higiênicos, quando forem objetos de oferta através de promoções.

Eu quero trazer isso à reflexão, acho oportuno debatermos esse Projeto, porque ele diz respeito ao cotidiano de muitas donas-de-casa e daquelas pessoas que costumam fazer compras em supermercados e minimercados. Está aqui o Ver. Mario Fraga, Vice-Líder do Governo, meu companheiro de Bancada, a quem nós comentávamos há pouco a respeito desse Projeto. O que ocorre? Muitas vezes, não digo que em todas, mas na maioria das vezes, as promoções dos produtos estão vinculadas à data de vencimento das mercadorias. Por quê? Quando o produto se aproxima do vencimento, a tendência é baixar o preço para que ele tenha uma maior saída. Entretanto a divulgação da data de vencimento desses produtos não é proporcional ao destaque da promoção. Baixam o preço e muitas vezes veiculam na mídia, nos grandes jornais, um preço reduzido de um produto. Por exemplo, no setor de iogurte, e vamos dar um exemplo prático: muitas vezes se vai consultar o preço do iogurte, e eles estão com o preço muito inferior ao normal. Mas, na realidade, o que está motivando aquela promoção é a data de vencimento do produto. A pessoa, no afã de fazer um estoque de algum produto, compra dois ou três itens a mais do que compraria normalmente em função do preço e desconsidera que, na realidade, o que motivou aquela promoção foi justamente a data de validade estar próxima de vencer.

Então, trago esse Projeto para discussão, acho oportuno, acho importante que possamos dar essa condição à população de Porto Alegre, através da aprovação desse Projeto, que, na realidade, vai obrigar os estabelecimentos a colocarem em destaque a data de vencimento do produto, quando ocorrer a promoção.

Ver. Luiz Braz, nós estamos buscando construir alguma emenda que possa delimitar o tamanho do destaque e que possibilite a superação de algum obstáculo ou vício de iniciativa que possa ter sido apontado num primeiro momento pela Procuradoria. Eu tenho certeza de que muitos serão beneficiados, fundamentalmente as donas-de-casa, quando a promoção estiver vinculada à data de vencimento do produto, daremos garantia para as pessoas saberem que estão comprando o produto e que, mesmo próximo do vencimento, vale a pena adquiri-los pela redução no preço. Esse é o objetivo do Projeto que trago ao conhecimento da população de Porto Alegre, dos nobres Pares, tenho certeza de que essa matéria trará uma grande contribuição para a nossa Capital. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Bancada da Frente Popular, público presente e assistência do Canal 16, inicialmente eu queria pedir licença para reforçar um convite: amanhã à tarde, neste Plenário, nós teremos, pela CECE, um Seminário sobre Segurança Pública, para o qual convidamos todos os Vereadores. Solicitamos a presente dos Vereadores, dada a importância do tema. Inclusive hoje de manhã estivemos participando do programa Visita Orientada, com a participação das escolas na Câmara, e o assunto mais referido, mais questionado pelos alunos foi a questão da insegurança na escola. Por isso, é muito oportuno este debate, apresenta-se como um Projeto que é adequado e necessário para a cidade de Porto Alegre. E reforço o convite para que todos Vereadores e Vereadoras estejam presentes amanhã, a partir das 14h, para contribuírem com o debate do nosso Projeto, o Projeto que estamos apresentando para a Cidade.

Na Pauta nós temos dois Projetos tratando da questão da arrecadação municipal. Um Projeto trata de um índice que vem, na verdade, mascarado; na chamada troca de índice, vem embutido um tarifaço, uma conta que eleva sobremaneira os impostos para a municipalidade, para os cidadãos de Porto Alegre. Não é pouco expressivo elevar um tributo de 0,81% para 4,5%. Essa é a relação, Ver. Brasinha, por isso V. Exª fique atento, porque será cobrado pela base, a partir do seu posicionamento.

Nós temos um índice que é muito substancioso e que conseguiu produzir desenvolvimento e um bom equilíbrio durante muitos anos, então não posso entender, senão de forma casuística e oportunista, a mudança agora para um índice que é o maior índice, casualmente, no momento. Muitas vezes acusaram a Administração Popular de praticar a fúria tributária, e agora nós vemos quem realmente faz isso. Foi dito em campanha pelo nobre Prefeito eleito que não haveria majoração de impostos. E há majoração de impostos.

Quero aqui fazer uma cobrança também de coerência do Ver. Cassiá Carpes, atual Secretário de Obras, sobre a questão da Taxa de Iluminação Pública. O Ver. Cassiá, quando estava nesta Casa, esbravejava em todos os meios de comunicação - eu tenho isso gravado em CD, posso mostrar para todos - que não tinha que ser cobrada Taxa de Iluminação Pública, porque isso era um assalto do Poder Público. E agora vem ele, no Governo, dizendo que tem que cobrar.

De outro lado, o Ver. Elias Vidal, do PPS, da base do Governo, propõe o Dia da Liberdade Tributária. Eu não posso entender, minha cara Líder do Governo, Verª Clênia Maranhão, qual é a coerência, diz-se que não se aumentam impostos, que é contra cobrar Taxa de Iluminação Pública, e depois um Vereador do próprio Governo vem dizer que tem que haver o Dia da Liberdade Tributária, para que não se paguem impostos. Gostaria que V. Exª me explicasse.

 

A Srª Clênia Maranhão: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, primeiro, Vossa Excelência, eu e o conjunto dos Vereadores sabemos que nesta Casa não há nenhum Projeto que trate de aumento de impostos. Nos últimos anos, o índice que mais aumentou foi o IGP-M, que era o índice usado pela Prefeitura de Porto Alegre nas suas receitas e despesas. Neste momento, nós estamos tentando fazer com que Porto Alegre - como todas as capitais brasileiras, com exceção de Curitiba - mude o seu índice para o IPCA. Por quê? Porque neste momento, circunstancialmente pela crise ética e política que vive o País, passamos por uma queda da cotação do dólar e, logo mais, sabemos, isso será recuperado. Portanto, se mantivermos o IGP-M como índice, os contribuintes terão que pagar suas contas com o índice que será reajustado acima do IPCA, portanto mais alto.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pela contribuição, Verª Clênia.

Para contribuir, Sr. Presidente, acredito que a Vereadora-Líder do Governo deva convencer a sociedade dos seus argumentos, porque a mim não convenceu; eu estou absolutamente certo de que isso é uma medida casuística e oportunista para arrecadar mais.

Eu gostaria que me explicassem também a medida e o Projeto do Ver. Elias Vidal, qual é a coerência que ele guarda com isso, bem como as atitudes do Ver. Cássia, que foi o que mais militou para que não tivéssemos recurso na Administração Popular para atender à comunidade de Porto Alegre. Inclusive é bom lembrar aquela medida em relação aos parques, às garagens e aos estacionamentos que foi retirada, inclusive com ações na Justiça e com todas as medidas desta Câmara para que não tivessem recursos, e agora o atual Governo desfaz a medida que fez, como oposição, no ano passado. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quando se fala mal da política econômica do Governo Lula, a defesa é a seguinte: “Não, essa não é a política econômica do Governo Lula. Nós também somos contra o Palocci. Abaixo Palocci!” Quando é para elogiar, aí - para elogiar - é o Governo Lula! Mas a política econômica do Governo Lula é a mesma política econômica do Ministro Palocci, esse que está sendo acusado de ter sido corrupto na Prefeitura de Ribeirão Preto, lá no interior de São Paulo! Esse mesmo! Ele está sendo blindado pelo Presidente Lula para que não seja atacado de forma nenhuma! O mesmo Ministro Palocci que está prejudicando os empresários do Rio Grande do Sul - porque é um Estado exportador - não cumprindo a Lei Kandir! Esse mesmo Ministro Palocci!

O PT tenta, de todas as formas, fazer com que aquilo que é ruim fique para os outros e seja atacado por eles e que aquilo que é bom seja capitalizado por eles, e acho que não podemos fazer a mesma coisa com relação a Porto Alegre. Se está havendo uma discussão com referência aos índices a serem empregados no IPTU em Porto Alegre, se nessa discussão se chega à conclusão de que no momento atual essa troca de índice vai fazer com que haja um prejuízo para o cidadão, para aquele que paga impostos, Verª Clênia Maranhão... O Projeto de troca de índices está nesta Casa, e eu acredito que é uma obrigação de todos, embora sejamos da base do Governo, discutir com a Prefeitura Municipal se este é realmente o momento para votar a troca de índices, se não deveríamos deixar para mais adiante, para que pudéssemos discutir - eu acredito - de uma forma mais prolongada, mais aprofundada se esses índices devem ser trocados ou não.

Mas uma realidade eu acredito que tem que ficar bem posta: um tributo só pode ser alterado, uma troca de índices só pode ser alterada se porventura nós votarmos aqui, como Vereadores, transformando isso em lei. Enquanto isso não acontece, Ver. Ibsen Pinheiro, trata-se apenas de uma discussão. É um Projeto que veio para cá para propor uma discussão. Cabe a todos nós, Vereadores, tanto de situação como de oposição, fazer uma discussão - e essa discussão tem que ser feita com o Prefeito - se realmente esta é a hora de tratarmos da troca de índices. Mas, se não for a hora, eu acho que nós, Vereadores - principalmente nós, Vereadores da base do Governo, se chegarmos a essa conclusão de que não é a hora -, temos que convencer o Prefeito Municipal a rejeitar o Projeto para que ele seja retirado.

Agora, não podemos fingir, assim como finge o PT, que engana a população, que prejudica a população e ao mesmo tempo vem com um discurso mentiroso aqui nesta tribuna dizendo: “Eles querem aumentar impostos. Eles querem prejudicar a população! Eles, sim, é que devem ser banidos da vida pública! Nós, não!” Olhem, aqui estão os verdadeiros - vamos dizer assim - ladrões da economia, aqueles que realmente roubaram, aqueles que realmente prejudicaram, aqueles que fizeram com que o País, durante muito tempo, acreditasse que haveria honestos para administrar esta Nação e que acabaram provando, depois, com seus os seus atos, com as suas ações, que, na verdade, estavam lá apenas para se locupletar, estavam lá...

 

(Manifestação anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, enquanto existirem pessoas, partidos políticos, querendo enganar a população; enquanto os discursos forem mentirosos aqui desta tribuna; enquanto a opinião pública estiver sendo enganada, este Vereador faz questão de vir aqui à tribuna e realmente despertar o ódio daquelas pessoas que estão fazendo isso. Eu quero exatamente isto: despertar o ódio dessas pessoas que estão enganando a população, porque essas pessoas já colocaram aqui na Mesa da Câmara duas vezes Comissão para investigar este Vereador, por causa das palavras proferidas por este Vereador aqui desta tribuna. Mas eu vou continuar falando, porque, afinal de contas, eu acho que essa é obrigação. Quem me elegeu e quem me trouxe para cá, trouxe-me exatamente para que eu pudesse ser guardião de seus interesses, e eu faço questão, independente dos resultados daquilo que fizerem contra mim, de sempre utilizar esta tribuna para arrancar o ódio, realmente, daquelas pessoas que querem enganar a nossa população.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro que sejam suprimidas das notas as falas ofensivas feitas ao nosso Partido, à nossa Bancada, porque nós estamos aqui para discutir política e não para semear o ódio.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu vou pedir os Anais para verificar o que se infringiu em relação ao Regimento.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é interessante a discussão da proposição do Prefeito para substituir o IGP-M pelo IPCA. Na verdade, vai exigir a meditação de todos os Vereadores, vai colocar de lado o radicalismo para que se chegue a uma solução correta.

O Orçamento, e nós hoje analisamos o Parecer da Verª Maristela Maffei, está indexado pelo IPCA, não para ser reajustado em 1º de janeiro; ele já está indexado pelo IPCA. A Exposição de Motivos do Prefeito, em razão do Orçamento, diz, com todas as letras, que os funcionários terão os seus salários reajustados pelo IPCA em 2006, 2007 e 2008, dando, inclusive, os valores oficiais que o Banco Central fornece. Todas as capitais brasileiras, com exceção de Curitiba, estão indexadas pelo IPCA. Curitiba tem o seu índice, que não é o IPCA e não é o IGP-M; nós poderíamos, talvez, ter aqui o IPCA-POA, que seria diferente de todos os outros, mas que é da Grande Porto Alegre e não de Porto Alegre, então não vale.

Eu quero dizer aos Vereadores que hoje radicalizam aqui que lembrem do ano de 2002, quando a Câmara determinou que só seria acrescido o IGP-M em cima dos valores do ano anterior. E a Prefeitura, numa manobra - essa, sim, desonesta; essa, sim, inexplicável -, mudou, em muitos casos, a área tributável. Houve casos em que o acréscimo sobre o ano anterior foi de 360%, e houve muitos casos de 40%, 50%, 80%. E é claro, em alguns casos, o IGP-M acrescido no ano anterior dava o valor do ano de 2003. O número de reclamações que os Vereadores receberam nesta Casa foi muito grande.

Então, eu pediria que houvesse um raciocínio tranqüilo, sereno, porque nós temos responsabilidade sobre as coisas da Cidade, nós temos responsabilidade sobre o Orçamento da Cidade. Nós só podemos exigir obras, nós só podemos exigir serviços, se dermos condições ao Prefeito de realizá-los. Não precisamos radicalizar, mas cuidar se vai haver - como o PT fez no passado - alteração da área tributável... Isso, sim, era esconder. O Prefeito José Fogaça está fazendo um jogo franco, aberto. As capitais brasileiras estão usando o IPCA, com exceção de Curitiba.

Eu ouvi um dos mais renomados economistas desta Cidade e deste Estado, na sexta-feira, pela manhã, numa rádio local, dizer que era uma medida muito boa, e ele é isento, não é de nenhum dos Partidos, que eu saiba, pelo menos. Eu ouço com muita freqüência a sua fala em rádios desta Cidade e o ouço com muita atenção, porque é uma pessoa que entende e sabe o que diz. Ele diz que é importante que o Brasil tenha apenas o Real e o IPCA. Se nós analisarmos pelo IPCA, IGP-M, IGPI... São seis, sete ou oito índices, assim será difícil controlar a inflação.

Então, eu acho que nós, antes de radicalizarmos, antes de agredirmos, antes de querermos mostrar que o Prefeito estaria escondendo alguma coisa - e não está, pois já foi explicado nos jornais -, deveríamos analisar com muita cautela, com muita tranqüilidade, pesando muito bem a decisão que devemos tomar. Eu entendo que isso é que cabe ao Vereador fazer, e não já sair dizendo que está tudo errado!

Em 2003, eu usei a tribuna algumas vezes para dizer que estava errado, sim, porque a área tributável foi modificada - em muitos casos, talvez em 30% ou 40% dos casos -, dando milhões de reais ao Município de forma indevida.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, nós não estamos dizendo que está tudo errado; nós estamos afirmando, categoricamente, que, pela proposta do Governo, pela mudança do índice, haverá um aumento real de 3,9% nos impostos para o próximo ano. E nós temos que entender que isso é aumento! Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu não sei se será 3,9%, ou 3,4%, ou 3,5%. Não sei, pois é preciso acrescentar os meses de novembro e dezembro. Mas eu quero dizer a V. Exª que também estão colocando, na mesma proposta, o pagamento sem o IPCA, com prazo dentro do mês de janeiro. E mais: com um desconto até o dia 10 de março, o que, até hoje, nunca havia acontecido. Nós só tínhamos esse desconto até o dia 10 de fevereiro, agora, nós o temos até o dia 10 de março. Então, na realidade, nós vamos ter algumas condições diferentes. Por isso digo que temos que analisar o Projeto que está nas nossas mãos com sensatez, sem radicalismo.

Eu não posso pensar que o Prefeito vai fazer essa proposição e, depois, mudar a área tributável, como fez o Prefeito João Verle. Todos os Vereadores desta Casa receberam reclamações de que a área tributável teria sido mudada. E não foram somente os 16% do IGP-M, houve casos, volto a dizer, de 360%! E era só para acrescentar, em cima do valor do ano anterior, em torno de 16% do IGP-M.

Então, calma, tranqüilidade, análise sensata, porque nós temos a responsabilidade sobre os contribuintes, sim, mas também sobre a Cidade. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiro eu queria dizer, meu querido amigo Ver. Luiz Braz, que V. Exª não foi nada feliz na sua colocação quanto à questão de despertar ódio em nós. Nós não estamos aqui para sermos amados ou odiados, estamos aqui para discutir política e projetos para a Cidade. (Palmas.) Então, toda a argumentação que é feita na tribuna não vem colocar essa questão de sentimentos; nós estamos aqui para discutir a política como um todo, e não nos desperta ódio trabalhar nesse Projeto. Pelo contrário, nós queremos estabelecer um diálogo franco e com muita tranqüilidade, como o nobre Ver. João Antonio Dib falou, em relação, sobretudo, a esse Projeto.

É um Projeto complexo e traz, no seu bojo, Ver. João Antonio Dib, de fato, algumas propostas de alteração, como V. Exª nominou tão bem, na questão da redução em 20% do pagamento que era feito até 10 de fevereiro. A mudança propõe que a redução seja efetuada somente para quem pagar até o primeiro dia útil de janeiro - quer dizer, o contribuinte também será lesado -, abre a possibilidade de redução de 5% se o pagamento for efetuado até 10 de março, mas aquela vantagem dos 20% até 10 de fevereiro não mais haverá nessa nova condição. De fato, nós temos que ter muita tranqüilidade para avaliar, e a nossa Bancada tem disposição de discutir.

Lamentamos que o Projeto tenha sido enviado agora, no final do ano, praticamente ao “apagar das luzes”. Certamente, logo a seguir será pedida a aplicação do art. 81 do Regimento, a urgência, para que nós possamos aprová-lo ainda este ano. De que forma nós faremos isso, se o Projeto está em 3ª Sessão de Pauta hoje? Certamente passará por uma Comissão, ou por uma Comissão Conjunta e retornará para o plenário sem haver a menor discussão entre os Vereadores. Nós queremos ter tranqüilidade e somos parceiros nessa iniciativa de ter muita calma para analisar uma proposta de mudança, que eu diria temerária para a Cidade.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Celeste, é sempre bom relembrar o passado. Há poucos dias nós votamos aqui neste plenário um estapafúrdio Requerimento pedindo que o Prefeito retirasse o Projeto de recomposição salarial dos servidores porque queriam dar mais. Agora, os mesmos Vereadores que queriam dar mais estão colocando dificuldade para que ele pague aquilo que prometeu dar!

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, sabemos das dificuldades da Administração, nós estamos aqui para ajudar a Cidade. Nesse sentido, nós temos que também obedecer à legislação. Para discutir qualquer projeto tributário temos de ter a noventena, ou seja, tem de entrar noventa dias antes do final do exercício. Então, já temos uma ilegalidade na entrada do Projeto, e ninguém fala isso aqui. Quero ouvir a douta Comissão de Constituição e Justiça e a própria Procuradoria da Casa.

Em segundo lugar: por que não discutimos agora a reavaliação da Planta de Valores? Se o Ver. João Dib acha que há essa discrepância, este é o grande momento. Aqui a situação tem amplíssima maioria, e nós, que éramos do Governo, apresentamos uma discussão de Planta de Valores; poderíamos ter uma grande unanimidade na Casa e finalmente acertar os ponteiros sobre os valores reais de Porto Alegre. Obrigado.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Celeste, queria fazer uma sugestão, inclusive ao nobre Ver. João Dib, que é o Presidente da Comissão de Finanças: por que não convocar uma Audiência Pública para virem aqui a Federação do Comércio, todos os moradores, para discutirmos esse Projeto, para sabermos se a sociedade quer ou não mudar esse índice que vai aumentar os impostos para 2006?

 

A SRA. MARIA CELESTE: Boa sugestão, Ver. Comassetto.

Para finalizar, estamos avaliando o Projeto com muita tranqüilidade, Ver. Dib, mas o que nos preocupa nessa proposta de variação, de mudança de indicador é, de fato, o que o Ver. Comassetto já relatou aqui: haverá no mínimo um aumento real para o próximo período de 3,9%. Será que a população quer esse aumento? Estamos aqui dizendo que não haverá aumento e, quando vamos verificar os indicadores, vemos que, realmente, há uma proposta de aumento de, no mínimo, 3,9% para o próximo período. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a discussão de Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, encontra-se hoje, visitando o nosso Estado - e foi recebida momentos antes pelo Prefeito Fogaça -, uma Delegação da Venezuela. Nessa Delegação da Venezuela nós temos a presença de vários Vereadores, Concejales venezuelanos: Luis Ortega, Augusto Martinez, Pedro Perez, Pedro Yanez, Claudio Suarez, Victor Suarez, assessores, advogados e, também, a Prefeita Marisol Castillo de Castellano, o Diretor de Administração, o Diretor de Infra-Estrutura, o Diretor de Cadastro, o Planificador, o Síndico-Procurador e assistentes. Todos eles vieram visitar a nossa Casa. Eu pediria a V. Exª que abrisse um minuto em nossos trabalhos hoje, para que pudéssemos, cortesmente, receber aqui a Delegação venezuelana.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convido as pessoas anteriormente nominadas pelo Ver.Luiz Braz para que tomem assento à Mesa. A Delegação é do Município de Carlos Arvelo, Estado Carabobo.

 

(A Delegação venezuelana é recebida pelo Presidente da Casa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para fazer, em nome da Casa, uma saudação à ilustre Delegação da Venezuela aqui presente.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães, nós estamos tendo o prazer de receber aqui, no nosso plenário, uma Delegação da Venezuela, parte da Delegação que veio visitar o Rio Grande do Sul. Os Vereadores da Venezuela não vieram, mas comparece à Casa a Prefeita de uma das cidades da Venezuela, vários técnicos, vários assessores.

Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eles estão tendo um contato com a política que praticamos em nosso Estado e também com os nossos empresários, objetivando uma interação entre aquilo que existe no Rio Grande do Sul - principalmente aquilo que está acontecendo aqui na nossa Porto Alegre - e aquilo que está acontecendo, neste momento, lá na Venezuela. Acho que é um exemplo que deve ser seguido por todos os países, por todos os Estados, por todos aqueles que têm a responsabilidade de administrar negócios dentro de um país, dentro de um Estado, e nós, com essa troca de informações, poderemos ser mais eficientes em nossas regiões. Nós vamos ficar sabendo de muitas coisas que estão acontecendo lá na Venezuela em termos de progresso e poderemos colocar toda essa Delegação em contato com as nossas lideranças, com o nosso empresariado.

Eu quero cumprimentar o Movimento da Livre Iniciativa, que é um Movimento formado por um conjunto de pequenos e médios empresários do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma instituição que está progredindo a passos largos para bem representar o empresariado no Rio Grande do Sul, e foi exatamente pela iniciativa dessa ONG que esta Delegação venezuelana veio aqui nos visitar.

Que os senhores e a senhora sejam muito bem-vindos em nossa Cidade e nesta Câmara de Vereadores. Saibam que vocês ladeiam aqui um Presidente que é um dos Vereadores mais antigos que nós temos em nossa Porto Alegre, o Ver. Elói Guimarães, que hoje preside a nossa Câmara Municipal, e que estão convivendo hoje, aqui, com Vereadores que são expoentes em matéria de representação nos Municípios do nosso Rio Grande do Sul. Então, sejam muito bem-vindos, eu tenho certeza absoluta de que serão recebidos de maneira cortês, assim como todos nós somos quando visitamos o País-irmão. Muito obrigado pela presença dos senhores e da senhora aqui na nossa Câmara Municipal. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Srª Prefeita Marisol Castillo de Castellano está com a palavra.

 

A SRA. MARISOL CASTILLO DE CASTELLANO: Muito boa-tarde! Para o meu país é um orgulho poder visitá-los, poder estar com os senhores, encontrar-me em um espaço tão importante com cada um dos senhores. Eu represento um Município do Estado Carabobo, da Venezuela. Represento também o Partido MBR - Movimento 5ª República -, o Partido do Presidente Hugo Rafael Chávez Frías.

No nosso Estado há 14 Municípios. Desses 14 Municípios, oito estão com o Partido de Hugo Chávez Frias, e seis são de oposição. Nós estivemos em Cuba e agora estamos aqui porque queremos compartilhar nossas vivências, nossas experiências com o Brasil, trazer de lá as experiências e levar daqui experiências novas, poder compartilhar.

Eu estava com o Prefeito de Porto Alegre, Fogaça, porque queremos fazer uma integração entre Porto Alegre e um Município de Valencia, do Estado Carabobo, que se chama Carlos Arvelo. É um Município de 417 km, tem uma população de 176 mil habitantes, é agrícola por excelência; é um Município pobre, mas que tem muitas riquezas turísticas e a maior extensão à beira do lago. É muito importante levarmos para lá as experiências dos senhores, daqui, e ver como aqui também se tomam experiências nossas.

Muitíssimo obrigada por nos receberem. Seguimos compartilhando essa irmandade e a importância que tem para nós o Brasil. Muitíssimo obrigada. Um abraço. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos agradecer à Prefeita Marisol, que está nos entregando - e eu recebo em nome da Casa - uma camiseta da Alcadia Bolivariana del Municipio Carlos Arvelo, bem como o mapa e os prospectos da sua cidade. Estamos honrados com a visita da Delegação.

A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA (Requerimento): Sr. Presidente, o nosso Regimento dá espaço para, nos comparecimentos, alguns Vereadores fazerem o uso da palavra. Eu gostaria de solicitar e fazer o uso da palavra por dois minutos, conforme prevê o Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Defiro a Vossa Excelência.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Muito obrigada. Eu gostaria de cumprimentar todos e todas vocês e dizer que a Bancada do PCdoB, assim como a Bancada do Partido dos Trabalhadores, sabe da necessidade da relação do nosso Governo Federal, do Presidente Lula, com o Governo do Presidente Hugo Rafael Chávez Frías. Inclusive, representando esta Câmara, no mês de agosto, fui ao maior Festival Mundial da Juventude, dos estudantes, da história do movimento dos festivais da juventude, que aconteceu na Venezuela quando também estivemos em Carabobo e Maracaibo. Quero dizer que o país de vocês é, hoje, assim como os Partidos que estão aqui presentes, uma referência de luta e prova de que é, sim, possível mudar; de que é, sim, possível ter uma universidade pública, como é a Universidade Bolivariana da Venezuela; de que é, sim, possível moralizar as entidades, como o comandante Chávez fez, com a PDVESA; de que é, sim, possível resgatar o papel do Estado e combater o neoliberalismo.

Sejam muito bem-vindos a esta Casa. O Brasil é um País-irmão da Venezuela. Viva a revolução Bolivariana, comandada por Chávez! Um abraço. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome da nossa Bancada, o Partido dos Trabalhadores, Partido do Presidente Lula, e também da Frente Popular, do PCdoB, o Partido Comunista do Brasil - permita-me, Verª Manuela -, aqui fazer uma manifestação também de honra, de carinho por recebê-los aqui.

Eu já havia preparado a minha manifestação, aqui nós temos uma maioria, que é a oposição, e uma minoria, que é o Partido dos Trabalhadores e a Frente Popular. Nós somos dez Vereadores da Frente Popular - PT, PCdoB e PSB - e vinte e seis Vereadores de situação municipal, em oposição ao Governo Lula, na sua grande maioria.

Estou aqui muito tranqüilo e muito feliz, porque tenho uma notícia do jornal Folha de São Paulo (Mostra o jornal.), que é um grande jornal, talvez o melhor jornal do Brasil, do dia 13 de novembro, demonstrando e reconhecendo que o Governo Lula consegue, disparadamente, o maior índice de desenvolvimento econômico do País, se comparados com os últimos seis mandatos presidenciais: mandato do Presidente ainda militar João Figueiredo, mandato do Presidente José Sarney, mandato do Presidente Fernando Collor, do Presidente Itamar Franco e, por duas vezes, Fernando Henrique Cardoso. Este último foi, para nós, o fundo do poço do Brasil, pois as taxas de crescimento do Brasil foram lá para baixo, e este País experimentou um período de desmonte, de desnacionalização, de entrega e de quebradeira do Estado brasileiro. Isso aconteceu também muito fortemente no Rio Grande do Sul.

É por isso que nós estamos convictos dos acertos e da necessidade que temos de um grande entrelaçamento da América Latina, do Sul da América Latina, mais especialmente agora com Brasil, Venezuela, Uruguai e Argentina, porque, na verdade, nós formamos um povo que está em busca da nossa soberania.

Estou muito feliz, porque estive em Manila. Cheguei na última segunda-feira, de noite, quando se debatia exatamente esse assunto, e lá o que mais se pergunta, num país que enfrenta enormes dificuldades, é como o Brasil, a Venezuela e o Uruguai vão poder dar as respostas que os Governos de direita e neoliberais não conseguiram dar. Nós estamos muito felizes porque aqui está a prova, contra tudo aquilo que dizem, contra todas acusações, inclusive a maior parte delas caluniosas. Eu quero citar a nossa liderança principal, o Deputado José Dirceu, que tem sido vítima de uma perseguição política para ser cassado porque é o esteio e a força do Governo. E vocês viveram isso na Venezuela, o que fizeram a oposição e os meios de comunicação para inviabilizar um Governo democrático, o poderio da mídia que não dá trégua para aqueles que debaixo querem construir um poder democrático e popular, capaz de criar a independência do povo.

E nós já estamos vendo os resultados, a associação positiva da empresa petrolífera da Venezuela junto com a Petrobrás, mostrando que é possível ser diferente, que é possível acabar com a corrupção, com a pouca vergonha e com o enriquecimento cada vez maior dos mesmos de sempre. Estão lá para demonstrar, inclusive nos Estados Unidos, o que a gente sabe: que a empresa, quando administrada pelos Governos anteriores, só dava prejuízo. Porque agora ela só dá lucro? E, no Brasil, está acontecendo a mesma coisa. Apesar da oposição incansável dos meios de comunicação, do grande poderio do capital, apesar da oposição da imprensa e do Congresso Nacional, nós triunfaremos e triunfaremos como o povo da América Latina - Brasil, Uruguai, Venezuela, Argentina, Bolívia, quiçá toda a América -, num grande movimento de independência e de soberania dos nossos povos.

É por isso que nós lutamos, é nisso que a nossa Bancada da Frente Popular está empenhada. Muito obrigado e sejam muito bem-vindos a nossa Cidade. Um abraço a todos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Prefeita Marisol está com a palavra para as despedidas.

 

A SRA. MARISOL CASTILLO DE CASTELLANO: Muito obrigada por toda esta expressão; obrigada, Manuela. Em nosso País, chama-se concejala, e os homens, concejal. Agradeço à Concejala Manuela e ao Concejal Carlos por suas manifestações.

É verdade que nós temos uma oposição muito forte, sobretudo nos meios de comunicação. Na realidade, a oposição tem sido muito forte lá. Vocês conhecem o problema dos meios de comunicação, e eles continuam tratando de fazer dano, mas tem sido possível, como disse a Concejala, avançar na Educação, avançar na Saúde, temos avançado muito. Graças ao Presidente Hugo Rafael Chávez, temos avançado bastante, apesar desses meios de comunicação, porque ele também tem ensinado o povo a abrir os olhos, a se dar conta de que os meios enganam, de que a realidade em nosso País é outra, apesar de as instituições anteriores não prestarem benefícios ao povo soberano da Venezuela. Agora, todas essas instituições têm o lucro de um lado, trazendo os benefícios para o país.

Então, Brasil, muito obrigada, e estamos de braços abertos para vocês. Obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Saúdo a Delegação liderada pela Prefeita. Em retribuição à camiseta, quero colocar na lapela da Prefeita o Brasão de Porto Alegre.

 

(É feita a colocação do símbolo.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vamos suspender os trabalhos para as despedidas. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h53min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 17h54min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu fui Prefeito desta Cidade, e, no meu primeiro ano de Prefeitura, a inflação foi de 211%. Eu tinha direito, pela lei, de colocar sobre o IPTU 211%, e o IPTU, naquele tempo, era cobrado em doze prestações iguais, mensais e sucessivas; quer dizer, a prestação de janeiro era igual a de dezembro, ou a de dezembro era igual a de janeiro, mais precisamente. Eu apenas coloquei 125%. No segundo ano a inflação foi de 225%, e eu, novamente, reajustei o Imposto Predial e Territorial em 125%. No terceiro ano, foi 235% a inflação, e, como eu ia sair da Prefeitura e entregar a Administração a outro Prefeito, não querendo deixá-lo em grandes dificuldades, resolvi reajustar em 160%, numa inflação de 235%.

Agora, o Ver. Adeli Sell falou em Planta de Valores. Eu estou lembrado da Planta de Valores, das tentativas que a Prefeitura do PT fez para ajustar a Planta de Valores, mas não era para diminuir os valores da Planta, era para aumentar o valor do metro quadrado, era para valorizar mais os terrenos e os imóveis em geral. Aí eu lembro que a expressão usada, e talvez seja falha da minha memória, era “Estatística Inferencial”, que seria usada para dar novos valores à Planta. Aí, a Câmara disse que não, que só seria reajustado o IGP-M, 16,5%, isso no ano de 2002. E a Prefeitura aceitou a imposição da Câmara, apenas 16,5%. Com falta de seriedade, com falta de responsabilidade, resolveu aumentar a área tributável em muitos dos carnês enviados aos munícipes. Como eu já disse, houve aumento de 350% e não de 16,5%; houve aumento de 20%, de 40% e de 50%, e também houve reajuste de 16,5%.

O que está fazendo o Prefeito agora? Ele está mandando um índice que, é verdade, é maior que o IGP-M, por isso eu disse que nós temos responsabilidade na administração da Cidade. Nós não estamos aqui para exigir do Executivo aquilo que ele não pode fazer, porque nós não lhe damos os meios. Eu acho que nós temos que nos sentar, analisar bem, e, se concedermos o que pede o Prefeito, nós vamos exigir que a área tributável não seja mudada, vamos fazer aquilo que precisa ser feito pelo Vereador, ou seja, uma fiscalização permanente na execução orçamentária para saber se obras aqui propostas, para saber se os serviços aqui propostos são realizados com o dinheiro arrecadado, mas nós temos que dar condições.

A única capital brasileira que ainda tem o IGP-M é Porto Alegre. Hoje o IGP-M é menor que o IPCA, não sei amanhã, pois este País tem muitos índices. Então, é muito bom que se tenha tranqüilidade neste fim de semana e que se analise com seriedade, com responsabilidade aquilo que nós vamos fazer em relação ao Projeto do Prefeito. Há algumas coisas boas, não é só troca de índices, há algumas coisas boas em matéria de não-inclusão do índice e a outorga dos 20% de desconto, e vai um desconto até 10 de março também. Portanto, eu gostaria que não houvesse radicalismo, que não houvesse pré-julgamento, que não houvesse acusações: “Oh, mudou o índice”. Nós seríamos infantis se não soubéssemos aritmética simples para verificar que um valor é maior que o outro. Mas tudo no Orçamento da Prefeitura está indexado no IPCA, inclusive a reposição salarial dos servidores.

Portanto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nós estamos chegando no fim da semana, numa Sessão tumultuada em que recebemos, agora, uma Delegação da Venezuela, mas isso não impede que nós usemos o fim de semana para raciocinar sobre a responsabilidade que temos a respeito da cidade de Porto Alegre - essa é a nossa responsabilidade, e nós não vamos transferi-la. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Quero entregar a V. Exª um Requerimento solicitando que seja convocada Audiência Pública, por meio da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e Mercosul, para debater o Projeto de Lei que estabelece uma mudança do índice, à luz do que o Ver. João Dib sugere, no sentido de que possamos dialogar com maior tranqüilidade, profundidade e clareza. Entrego-o a Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu apenas o recebo, porque vou examinar a questão da regimentalidade em face de as matérias estarem na Ordem do Dia.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Como Presidente da Comissão de Finanças, eu aprecio o Requerimento do Ver. Comassetto e gostaria que ele lembrasse que nós estamos exatamente a vinte dias do término da Sessão Legislativa e que nós temos responsabilidade sobre a Cidade. Nós ouvimos o povo, sem que se faça Audiência Pública, nós sabemos que muita gente não quer que se troque o índice. Nós sabemos isso porque recebemos telefonemas, recebemos e-mails e recebemos manifestações de outros que apóiam a troca. Então, eu não vejo necessidade... É claro que eu teria que reunir a Comissão de Finanças para decidir se vamos fazer isso ou não, seria na próxima terça-feira, mas nós temos que votar, ainda, o Parecer do Orçamento.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está claro, Vereador.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3411/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 145/04, de autoria do Ver. Elias Vidal, que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia da Liberdade Tributária, a ser comemorado, anualmente, no dia 25 de maio, e estabelece a adesão como forma de participação e de organização do evento.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela rejeição do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 08-09-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3817/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 185/05, de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que institui o Dia da Inclusão Digital no Município de Porto Alegre, a ser comemorado, anualmente, no último sábado do mês de março.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Carlos Todeschini: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 09-11-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 4590/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 215/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que institui o Dia do “Chega! Movimento contra a Violência”, que ocorrerá, anualmente, no dia 20 de setembro, e estabelece que a Câmara Municipal promoverá atividades relativas à data, conjuntamente com o Executivo Municipal e entidades não-governamentais.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 21-11-05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 5136/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 246/05, de autoria do Ver. Luiz Braz, que institui o Dia Municipal de Combate à Psoríase a ser realizado, anualmente, no dia 29 de outubro.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 21-11-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o bloco contendo os seguintes Projetos: PLL n° 145/04, PLL n° 185/05, PLL n° 215/05 e PLL n° 246/05. (Pausa.) Há 06 votos SIM.

Não havendo quórum, encerro a presente Sessão e convoco uma Sessão Extraordinária.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h06min.)

 

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